A Ucrânia ainda tem amigos no Senado americano?
Os senadores republicanos têm demonstrado hesitação em divergir da linha adotada por Donald Trump. Essa dinâmica se torna ainda mais evidente no contexto da Ucrânia

O Senado dos Estados Unidos é considerado uma "câmara de reflexão". Composto por 100 membros, essa câmara tem a responsabilidade de atuar em benefício de todos os cidadãos de seus respectivos estados, ao invés de se limitar aos interesses partidários.
Apesar dessa liberdade política teórica, os senadores republicanos têm demonstrado hesitação em divergir da linha adotada por Donald Trump.
Essa dinâmica se torna ainda mais evidente no contexto da Ucrânia. Recentemente, o presidente americano fez declarações que não apenas fortaleceram o regime autoritário de Vladimir Putin, mas também minaram a aliança dos Estados Unidos com a Ucrânia e seus aliados europeus.
Em suas falas, Trump chegou a rotular o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky como "ditator" e insinuou que ele seria responsável pelo início do conflito há três anos. Ele pressionou Zelensky a buscar uma resolução rápida para o conflito, sob o risco de perder seu país.
Críticas moderadas
Essa postura gerou reações entre alguns senadores conservadores, embora as críticas tenham sido moderadas.
Um exemplo notável é o senador Lindsey Graham, conhecido por seu apoio contínuo a um aumento nas entregas de armamentos para Kiev.
Durante uma discussão em Munique, Graham defendeu que os EUA deveriam fornecer armamentos substanciais à Ucrânia e reiterou sua posição em conversas com Trump sobre a importância do apoio contínuo ao país europeu.
Recentemente, ele expressou no X que "quando se trata das responsabilidades da Ucrânia, eu coloco a culpa em Putin acima de qualquer outro" e destacou que "Trump é a maior esperança para a Ucrânia acabar com esta guerra de maneira honrosa e justa".
Por outro lado, o senador Tom Cotton, presidente do Comitê de Inteligência do Senado, optou por não comentar as críticas de Trump a Zelensky.
Conhecido por sua postura firme em questões de política externa, Cotton havia alertado sobre as consequências globais caso o Ocidente não se mantivesse firme na Ucrânia.
No entanto, recentemente ele manifestou compreensão pela abordagem diplomática de Trump em relação à Rússia, sugerindo que o governo anterior tinha criado uma situação problemática.
O senador Thom Tillis também se posicionou contra as ações de Putin, afirmando que os EUA devem impedir o avanço do líder russo na Europa.
Ele expressou disposição para dar algum espaço para Trump em suas decisões, mas enfatizou que no final das contas Putin deve ser derrotado e o povo ucraniano deve triunfar.
Outros senadores como Roger Wicker expressaram descontentamento com as recentes declarações de Trump.
Ucrânia ou Trump?
A presença contínua de aliados da Ucrânia no Senado americano levanta dúvidas sobre até onde estão dispostos a ir para confrontar Trump sobre suas posições bizarras.
Os republicanos no Senado têm apoiado candidatos polêmicos indicados por Trump nos últimos meses. Isso ilustra como os senadores republicanos tendem a se alinhar com Trump, mesmo quando existem preocupações sobre suas decisões.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (1)
Amaury G Feitosa
2025-02-21 15:06:54Trump quem diria ariou as calcinhas ao ditador assassino da KGB algo que nem a bela Melania esperaria ... Trump não Trepa is the question.