A repressão e o aumento de 12% dos suicídios na Nicarágua

A polícia da Nicarágua divulgou que ocorreram 318 suicídios no país em 2018. O número é 12% maior que o do ano anterior.

Parte da explicação pode estar na política, uma vez que a repressão da ditadura de Daniel Ortega (foto) teve início em abril de 2018.

“Desde que a crise começou, uma quantidade muito grande de pessoas entrou em depressão”, diz a psicóloga Alba Roni, que vive em Manágua, capital do país. Diversas famílias têm integrantes que sofreram amputações, ficaram cegos ou paraplégicos. Outras ainda buscam parentes desaparecidos.

Outra explicação pode ser econômica. “Como muitas empresas fecharam as portas e deixaram o país, isso pode ter prejudicado a vida de muitas famílias, que agora precisam lidar com o desemprego”, diz Alba.

A estatística da polícia, contudo, pode esconder um dado ainda mais terrível, que é o de pessoas que foram vítimas de disparos ou de confrontos com forças policiais e paramilitares. Muitas delas acabaram sendo registradas como suicidas. Um caso que ficou muito conhecido na Nicarágua é o da morte de um bebê de 14 meses por arma de fogo. O Hospital Alemão, onde a criança morreu, registrou a morte como “suspeita de suicídio”.