Fars

A possível conexão entre a explosão no porto de Beirute e a Guerra da Síria

03.08.21 13:25

A organização de defesa dos direitos humanos Human Rights Watch publicou nesta terça, 3, o relatório de uma longa investigação sobre a explosão de 2.750 toneladas de nitrato de amônio no porto de Beirute (foto), em agosto do ano passado.

O documento afirma que uma das hipóteses que está sendo investigada pelo juiz do caso, Tarek Bitar, é de que o grupo terrorista Hezbollah teria causado a explosão. “A especulação de que o Hezbollah possa ter desejado destruir o estoque de nitrato de amônio supostamente para esconder que uma parte do nitrato de amônio foi usado pelo aliado do Hezbollah, Bashar Assad, na Síria, para produzir bombas de barril, aumentou conforme surgiram relatos mostrando as conexões entre os donos da carga e pessoas que sofreram sanções dos Estados Unidos por supostas ligações com Assad“, diz o relatório.

As bombas de barril foram muito usadas pelo ditador Assad contra bairros densamente povoados com presença da oposição ou grupos armados. Elas são feitas com barris usados de petróleo, que são enchidos com diversas coisas, como pregos, parafusos e gasolina. Ao serem lançadas de aviões e helicópteros, essas bombas matam e aleijam quem está por perto. Segundo a Rede Síria para os Direitos Humanos, 82 mil bombas de barril foram jogadas contra a população civil nos primeiros nove anos do conflito na Síria.

Uma das informações que ajudam a corroborar a hipótese da conexão com a Síria é que a carga que explodiu no porto foi menor do que aquela que chegou em 2013 a bordo do navio Rhosus. Uma parte dela, portanto, já teria sido usada.

A explosão em Beirute, que matou 218 pessoas, foi equivalente à detonação de uma carga contendo entre 700 a mil toneladas de nitrato de amônio, de acordo com três fontes de inteligência europeias.  Essa quantidade é menos da metade da carga inicial, de 2.750 toneladas.

Os comentários não representam a opinião do site. A responsabilidade é do autor da mensagem. Em respeito a todos os leitores, não são publicados comentários que contenham palavras ou conteúdos ofensivos.

500
Mais notícias
Assine agora
TOPO