A periférica ideia de Pochmann para pôr o Brasil no mapa
Márcio Pochmann (foto), o presidente do IBGE, resolveu colher nesta quinta-feira, 11, os louros de uma ação que o instituto se empenhou nos últimos meses: desenvolver um mapa mundi onde o Brasil ocupa o centro do mapa. O documento, que pode ser visto aqui, causa algum desconforto ao primeiro olhar. Como os documentos oficiais do...
Márcio Pochmann (foto), o presidente do IBGE, resolveu colher nesta quinta-feira, 11, os louros de uma ação que o instituto se empenhou nos últimos meses: desenvolver um mapa mundi onde o Brasil ocupa o centro do mapa.
O documento, que pode ser visto aqui, causa algum desconforto ao primeiro olhar. Como os documentos oficiais do IBGE, ele é perfeitamente exato — a latitude 0º, conhecida como Meridiano de Greenwich, está ligeiramente à direita de onde normalmente a encontramos nos livros de geografia, mas ainda seguindo a norte e sul de onde está a cidade de Londres, seu marco oficial. E, assim como toda representação plana de algo esférico, conta com áreas que acabaram ligeiramente distorcidas e um pouco maior ou menor do que realmente são.
Mas a liberdade poética tem consequências: países como China, Rússia, Filipinas e Austrália acabam cortados em dois, e ocupam extremos do desenho. As Ilhas Falklands aparecem grafadas como Malvinas e declaradas como parte da Argentina, tal como o Itamaraty defende, mas que não é reconhecido pelos seus moradores.
Pochmann foi ao X (antigo Twitter) defender o novo mapa — que passará a ser usado em repartições públicas que façam uso de mapas deste tipo. "É um dever do IBGE destacar a importância desta publicação na formação do povo brasileiro. E como o Brasil é visto no mundo", escreveu. Para ele, mapas "representam a própria face de uma Nação."
Escolher colocar seu país no centro do mapa, assim como tornar oficial sua visão da Terra, é uma decisão política voltada ao nacionalismo — de ditaduras ou países democráticos. A Alemanha nazista, em 1938, já editava mapas sobre "o povo alemão no mundo" onde o pequeno território alemão (que ocupa 0,2% da superfície do planeta) está quase no centro da página.
E, em um dos casos mais conhecidos, os mapas chineses colocam o território do país sempre ao centro de suas publicações. O próprio nome do país (Zhong-guó), em sua própria língua, significa "terra do meio".
A ideia de um mapa "Latino-centrado" já havia sido utilizado pelo governo argentino de Alberto Fernández em 2020. Por lá, o peronista, junto com Cristina Kirchner, apresentou uma ilustração onde a Antártida é retratada com outra escala, para parecer maior na imagem. O mapa agora é chamado de "bicontinental", por englobar a América e a Antártida — onde os argentinos acreditam ter direito a um território. As Malvinas, nele, aparecem como argentinas e ponto final.
Ao fechar os olhos, no entanto, é difícil não imaginar o mapa mundi como historicamente conhecemos — com a África e a Europa ao centro da ilustração. Pochmann terá de de esforçar bem mais que isso.
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Comentários (7)
Carlos Renato Cardoso Da Costa
2024-04-13 14:07:45Que idiotice. Bom saber que está sobrando tempo aos funcionários do IBGE
Andre Luis Dos Santos
2024-04-13 13:39:15Mas agora vem a melhor parte: imprimir milhares de copias dessa merda, a preços superfaturados, pra ganhar um pixuleco pro ParTidao.
Andre Luis Dos Santos
2024-04-13 13:37:31Puxa vida, como é bom saber que esse imbecil está fazendo um bom uso do tempo e dos recursos públicos. Tai um ótimo exemplo de bom emprego do suado dinheiro do pagador de impostos. VTNC!!!!!
Amaury G Feitosa
2024-04-13 09:23:13Pronto viramos o centro do planeta ... e a picanha dos Manés como fica?
Marca
2024-04-12 22:23:35O que mais o Pochmann inventa de fazer além de manipular os índices, típico
Experto
2024-04-12 18:34:03China, zapõ grande menu
Nilton
2024-04-12 12:58:06Ridículo. Tem coisas mais importantes para o IBGE fazer. Esse é o PT