A ONU e a foto no gabinete presidencial: Bolsonaro entre denunciados, investigados e um réu

23.09.20 07:22

Para assistir ao seu discurso na Assembleia Geral da ONU nesta terça-feira, 22, o presidente Jair Bolsonaro reuniu em seu gabinete os mais fiéis apoiadores do Congresso, integrantes do primeiro escalão do governo e o filho Flávio Bolsonaro.

Se forem levados em conta os problemas na Justiça, o presidente estava acompanhado de ao menos um réu, três alvos de denúncias formais e no mínimo cinco investigados.

Na foto, à esquerda do presidente, além do ministro da Economia, Paulo Guedes, alvo de investigação sobre a suposta prática de fraudes em fundos de pensão, aparece o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho. O senador é investigado no Supremo Tribunal Federal e também em Pernambuco por receber vantagens indevidas de empresas que firmaram contratos com o poder público. Em reportagem, Crusoé mostrou sua relação com agiotas utilizados por empreiteiras.

O primeiro à direita de Bolsonaro é o senador Eduardo Gomes, líder do governo no Congresso. Em 2013, Gomes foi citado na Operação Miquéias, que mirou o doleiro Fayed Traboulsi e suas relações com fundos de pensão estaduais e municipais. Já em 2016, na Operação Ápia, ele figurou como destinatário de doações de empresas envolvidas em fraudes em contratos com o estado de Tocantins.

Acomodado na cadeira ao lado de Eduardo Gomes está Arthur Lira, do PP, conhecido líder do Centrão, grupo de partidos fisiológicos versado na prática de trocar votos por verbas e cargos. Lira é réu em uma ação no STF sob a acusação de ter recebido propina em negociações para indicação do presidente da Companhia Brasileira de Trens Urbanos, a CBTU.

Mencionado em várias delações, o deputado que almeja a presidência da Câmara com o apoio de Bolsonaro também é réu no caso conhecido como “Quadrilhão do PP”. Segundo o MPF, ele recebeu 2,6 milhões de reais em doações oriundas de esquemas do partido na Petrobras. Na esfera cível, ele também responde a uma ação de improbidade por desvios na refinaria Abreu e Lima.

O terceiro à direita do presidente recebeu a visita da polícia civil e do Ministério Público do Paraná em seu escritório na quarta-feira, 16. Trata-se do ex-ministro da Saúde de Michel Temer Ricardo Barros, líder do governo Bolsonaro na Câmara. Barros é investigado por aparecer na delação de dois executivos do grupo Galvão. Os delatores afirmam que o deputado recebeu 5 milhões de reais da Galvão para intermediar a venda de uma empresa do grupo para a Companhia Paranaense de Energia, a Copel. Ele também é alvo de uma ação de improbidade da Procuradoria da República no Distrito Federal relacionada à compra de medicamentos durante sua gestão no Ministério da Saúde.

Por fim, dentre os que aparecem na foto no gabinete presidencial e possuem algum tipo de problema na Justiça, está o filho 01 de Jair Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro. O primogênito do presidente é apontado como o líder de uma organização criminosa que desviou valores da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro por meio do esquema conhecido como “rachid”.

Ele é investigado formalmente pelo Ministério Público do Rio por peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa ao lado do seu ex-assessor Fabrício Queiroz. O senador ainda é alvo da apuração sobre o vazamento de dados da Operação Furna da Onça, que investigava as transações suspeitas de Queiroz.

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