A motivação política por trás do congelamento de tarifas na Argentina
O presidente da Argentina, Alberto Fernández (foto), congelou as tarifas das empresas de telefonia fixa e móvel, internet e canais a cabo até o final do ano. Os serviços foram declarados de interesse público. "Estamos recuperando instrumentos regulatórios que o governo anterior tirou do estado", escreveu Fernández no Twitter. "Educação, acesso ao conhecimento, cultura e...

O presidente da Argentina, Alberto Fernández (foto), congelou as tarifas das empresas de telefonia fixa e móvel, internet e canais a cabo até o final do ano. Os serviços foram declarados de interesse público.
"Estamos recuperando instrumentos regulatórios que o governo anterior tirou do estado", escreveu Fernández no Twitter. "Educação, acesso ao conhecimento, cultura e comunicação são direitos básicos que devemos preservar."
Fora o populismo que cercou o anúncio nas redes sociais, o governo argentino tem o objetivo de tentar evitar uma espiral inflacionária nos próximos meses. Outro objetivo, também não declarado, é o de subjugar a imprensa livre da Argentina.
"Toda mudança na regulamentação e no esquema operacional das telecomunicações na Argentina sempre tem um teor político, porque grandes empresas de internet, de telefonia e de televisão também são importantes produtoras de conteúdo. Em alguns casos, elas entram em confronto direto com o governo", diz o economista argentino Pablo Besmedrisnik, da consultoria Invenómica, em Buenos Aires.
Um conhecido inimigo dos kirchneristas é o Grupo Clarín, que se desentendeu com o casal Kirchner em 2008, ainda no primeiro mandato de Cristina Kirchner como presidente. Em uma disputa entre o governo e os produtores agrícolas, o jornal ficou do lado do campo, que não queria pagar impostos excessivos em suas exportações. O Grupo Clarín tem jornal, empresa de televisão a cabo, provedor de internet e companhia de telecomunicações.
A medida anunciada no último final de semana é abrangente e não trata nenhuma empresa ou veículo de forma específica, mas jornais pró-governo devem ser menos afetados por não terem outros negócios ou por ganharem verba pública. Para aqueles que têm negócios em outras áreas, como o Clarín, o efeito principal é o de afugentar investimentos. "Este é um setor que hoje já não conta com grandes investimentos, e a situação deve ficar assim pelo menos até 2021", diz Besmedrisnik.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (7)
Antônio
2020-08-25 14:04:25JÁ É UMA VENEZUELA.
IAS
2020-08-25 06:56:07Alguma dúvida sobre a localização de mais uma Neverland? Resp.: Trópico da Mediocridade.
José
2020-08-25 06:53:55Vão virar uma Venezuela, empresas saiam da Argentina !!!
Fábio
2020-08-24 20:25:53É a esquerda provocando novamente um desastre econômico e político.
Marcio
2020-08-24 19:42:52Argentina nos mostra o que seria a volta do PT!
Márcio
2020-08-24 18:15:54A Argentina está indo para o buraco com o aplauso da imprensa ou mídia oficial brasileira, Crusoé inclusa. Por estas e por muitas outras tentei cancelar a minha assinatura. O máximo que consegui, estava no contrato, foi a não renovação automática. Porque não se unem à Folha, à Globo e demais 'agremiações' que querem 'fazer a cabeça do povo estúpido', sem precisarem se desgastar em ficar tentando explicar seus vieses?
Bruno
2020-08-24 16:06:36Tenho pena da Argentina, mas ao mesmo tempo isso foi escolha deles.