Reprodução/redes sociais

A extorsão dos militares aos índios da Venezuela

09.09.19 16:34

Ao atualizar nesta segunda, 9, o seu relatório sobre a situação na Venezuela, a alta comissária para os Direitos Humanos da ONU, Michelle Bachelet, falou de um aumento da presença das Forças Armadas nas comunidades indígenas. Entre os mencionados estão os índios pemones, que vivem na fronteira com o Brasil.

“Me preocupa o aumento da presença de militares no território do povo indígena pemón, assim como casos recentes de violência contra indígenas”, escreveu Bachelet.

Segundo Ricardo Delgado, índio pemon que foi prefeito da cidade venezuelana de Gran Sabana e hoje está refugiado em Boa Vista, o aumento da presença militar ocorreu em julho. “Antes, apenas a população de Santa Elena de Uairén estava acostumada aos militares. Atualmente, eles visitam todas as doze comunidades indígenas pemones diariamente”, diz Delgado.

As visitas contrariam a lei orgânica das comunidades indígenas, segundo a qual as forças de segurança só podem entrar nessas regiões quando são requisitadas. Além de membros uniformizados da Guarda Nacional Bolivariana (GNB, foto), policiais e integrantes do Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional, o temido Sebin, também têm invadido essas comunidades.

“Mais do que reprimir, o que eles estão fazendo agora é extorquir a população. A crise tem afetado a todos, incluindo os funcionários do governo. Por causa disso, os militares estão atrás de gasolina, de alimentos e de ouro, qualquer coisa que possam arrancar dos índios”, diz Delgado. “A Venezuela tornou-se um país sem lei.”

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