A confirmação de que Bolsonaro pensou em mudar a bula da cloroquina
O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (foto) afirmou à CPI da Covid acreditar que Jair Bolsonaro tinha um "assessoramento paralelo" e confirmou que chegou a participar de uma reunião com o presidente, ministros e médicos no Palácio do Planalto na qual havia sobre a mesa uma proposta para a mudança da bula da cloroquina...
O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (foto) afirmou à CPI da Covid acreditar que Jair Bolsonaro tinha um "assessoramento paralelo" e confirmou que chegou a participar de uma reunião com o presidente, ministros e médicos no Palácio do Planalto na qual havia sobre a mesa uma proposta para a mudança da bula da cloroquina para prever a prescrição do medicamento a pacientes diagnosticados com Covid-19, via decreto.
"Eu estava dentro do Planalto quando fui informado que era para eu subir para o terceiro andar, porque tinha lá uma reunião de vários ministros e médicos que iriam propor esse negócio de cloroquina, que nunca eu havia conhecido. Quer dizer, ele [Bolsonaro] tinha um assessoramento paralelo. Nesse dia, havia sobre a mesa, por exemplo, uma papel não timbrado de um decreto presidencial para que fosse sugerido naquela reunião que se mudasse a bula da cloroquina na Anvisa, colocando na bula a indicação de cloroquina para coronavírus", contou.
De acordo com Mandetta, no encontro, o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Antonio Barra Torres, afirmou que a minuta de decreto não poderia prosperar. Neste momento, o então ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira, alegou que o texto não era da "lavra daqui", em referência ao governo. "Mas é uma sugestão de alguém. Alguém pensou e se deu ao trabalho de botar aquilo num formato de decreto", ponderou Mandetta.
Mandetta ainda declarou que a determinação para a ampliação da produção de cloroquina pelo laboratório químico e farmacêutico do Exército ocorreu "à margem do Ministério da Saúde", quando ele comandava a pasta. O ex-deputado observou que o medicamento produzido regularmente para abastecer o órgão, que o direciona aos tratamentos de doenças como malária e lúpus, cabe à Fiocruz. "E nós tínhamos a quantidade necessária para aquilo que ela se presta".
O ex-ministro lembrou que jamais orientou o uso irrestrito da cloroquina. "A única coisa em relação à cloroquina que o Ministério da Saúde fez após consulta ao Conselho Federal de Medicina e aos conselheiros do ministério era para o uso compassivo. Uso compassivo é uma utilização que se faz quando não há outro recurso terapêutico para os pacientes graves, em ambiente hospitalar, mesmo porque a cloroquina é uma droga que, sim, para uso indiscriminado, sem monitoramento, a margem de segurança dela é estreita. Ela não é um medicamento, não é aquela coisa: 'Se bem não faz, mal também não faz'. Como outros medicamentos, ela tem uma série de reações adversas, uma série cuidados que tem que ser feitos e a automedicação com cloroquina e outros medicamentos poderia ser muito perigosa para as pessoas".
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Comentários (3)
Dementrio
2021-05-04 16:09:59Que baixaria do Mantreta. O dep fed desempregado q o Bolsonaro colocou para ministro. Triste ver o cara chegar nesse nível de argumentação. Tudo está valendo para resultar no impeachment do presidente. É o objetivo primeiro, nem disfarçam. A Crusoé tb não disfarça.
Brasilino
2021-05-04 15:23:59Crusoé faz uma acusação falsa a Bolsonaro. Mandetta não fala em minuta de decreto e muito menos sugerido pelo presidente. Mandetta se refere a um papel sem timbre em formato de um decreto, sugerindo ser de autoria externa à reunião. Vamos ser honesto. Vamos deixar de fake news.
ARNALDO
2021-05-04 14:24:14Essa da tentativa de mudança da bula eu não sabia. Acho que o bozo408k é um frustrado! Ele gostaria de ser médico, mas não tinha capacidade intelectual para isso. Mesmo assim, ele continua insistindo e receitando: a pílula do câncer, Cloroquina, Ivermectina, tratamento precoce,...