Caso Covaxin: Bolsonaro se exalta, ataca deputado e imprensa e nega corrupção
Horas antes do depoimento dos irmãos Miranda à CPI da Covid, Jair Bolsonaro (foto) demonstrou exaltação. O presidente da República afirmou nesta sexta-feira, 25, que não "há nada de errado" no contrato assinado pelo Ministério da Saúde para a compra de 20 milhões de doses da Covaxin e desferiu ataques ao deputado Luis Miranda, do...
Horas antes do depoimento dos irmãos Miranda à CPI da Covid, Jair Bolsonaro (foto) demonstrou exaltação. O presidente da República afirmou nesta sexta-feira, 25, que não "há nada de errado" no contrato assinado pelo Ministério da Saúde para a compra de 20 milhões de doses da Covaxin e desferiu ataques ao deputado Luis Miranda, do DEM do DF, e à imprensa.
Como mostrou Crusoé em sua mais recente edição, Miranda pode marcar uma inflexão no rumo das investigações que miram Jair Bolsonaro. Caso o deputado confirme e dê mais detalhes sobre o enredo descrito à imprensa, será a primeira vez que o mandatário do país estará no meio de um caso escabroso de corrupção – e, o que é pior, operado em meio a uma tragédia que já ceifou a vida de mais de 500 mil brasileiros.
Criticado por Bolsonaro, o parlamentar afirma ter comunicado o presidente sobre indícios de ilicitudes na aquisição do imunizante desenvolvido pelo laboratório indiano Bharat Biotech, representando no Brasil pela Precisa Medicamentos. A conversa, segundo o deputado, aconteceu no Palácio da Alvorada, em 20 de março.
Luis Miranda levou ao encontro seu irmão, o servidor do Ministério da Saúde Luis Ricardo. Em depoimento ao Ministério Público Federal, o funcionário público relatou pressão atípica para liberar a importação da vacina e contou ter se recusado a assinar uma nota fiscal que estabelecia um pagamento antecipado de 45 milhões de dólares a uma offshore intermediária e previa a entrega de 300 mil doses do imunizante no primeiro lote, uma quantia inferior aos 3 milhões de doses previstas no contrato para a primeira leva.
Bolsonaro abordou o assunto em rara conversa com a imprensa, durante viagem a Sorocaba, no interior de São Paulo. Questionado se o governo federal deu continuidade ao acordo pela Covaxin apesar do relato sobre as supostas irregularidades, o presidente partiu para o ataque. "Foi comprada a vacina? Teve um documento... Eu não posso participar de tudo, pelo amor de Deus, você de novo? Volta para faculdade, vai. Volta para a faculdade", disparou a uma repórter. "No dia seguinte, pelo que fiquei sabendo, era um documento feito de maneira equivocada. Faltava um 0. Em vez de 300.000 doses eram 3.000.000. E foi corrigido no dia seguinte", emendou.
O chefe do Planalto voltou a minimizar o caso sob a tese de que o governo não chegou a pagar pelas vacinas, pois os imunizantes ainda não foram remetidos ao Brasil. Porém, o valor de 1,6 bilhão de reais destinado à quitação do contrato foi empenhado e, portanto, bloqueado para o uso em outras áreas. Bolsonaro ainda ignorou as ponderações sobre o preço da Covaxin, mais cara, por exemplo, que o imunizante fabricado pela Pfizer.
"A Covaxin tinha que passar pela Anvisa e só íamos pagar depois que chegar. O próprio laboratório indiano falou que o preço está na média dos três outros países que tinham contrato com eles. Vocês querem imputar em mim um crime de corrupção que não foi gasto um centavo", disse.
O presidente da República não respondeu concretamente se o Ministério da Saúde romperá o contrato. "O contrato, pelo que consta, não há nada de errado nele. Não há superfaturamento. É mentira. Agora, vou ouvir o [ministro da Saúde, Marcelo] Queiroga, para saber a opinião dele. Não foi gasto um centavo com a Covaxin, não chegou uma ampola aqui. Vocês querem me julgar por corrupção? Vão se dar mal. Sou incorruptível", disparou.
Bolsonaro ainda buscou desqualificar Luis Miranda, parlamentar responsável pela denúncia. "Olha a vida pregressa desse deputado. É lógico que vai abrir inquérito [para investigá-lo]", afirmou. "Falei com ele no passado. Foi lá e falou um montão de coisas. Como eu recebo uma infinidade de pessoas que não conheço. 99% que não conheço. Outra: tem algum recibo meu para ele? Foi consumado o ato? Dias seguidos àquilo foi retificado".
Os ataques não se limitaram a Miranda. Durante a conversa, Bolsonaro chamou repórteres de "ridículos", pediu que parassem "de fazer perguntas idiotas" e sugeriu que alguns voltassem para o "primário", com sinais da característica exaltação de quando se sente acuado.
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Comentários (4)
CARLOS
2021-06-25 13:57:20Grita so com mulher....pitbull no cercadinho, tchutchuka do centrao
Palhaço Bozo
2021-06-25 12:00:45Bozo Genocida diz que não chegou nem uma ampola no Brasil. Sim, se formos levar em consideração a honestidade e compromisso dessa empresa "Precisa", mesmo que os 1,6 Bilhões sejam repassados ao destino, dificilmente chegará alguma vacina no Brasil. Só com muito óleo de peroba na cara para levar adiante essa narrativa mentirosa para amansar o gado do curral.
Eliseu
2021-06-25 11:53:14Quem tem c* tem medo.
Edvaldo
2021-06-25 11:43:20Se algum repórter pedir a opinião do Bolsonero sobre a recente pesquisa, leva um tiro.