Transferência de Ramos para a reserva do Exército aumenta pressão sobre Pazuello
A transferência do ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, para a reserva remunerada do Exército foi publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira, 16. Há um mês, o militar havia comunicado o presidente Jair Bolsonaro sobre a intenção de deixar a atividade no Exército. Com isso, o interino da Saúde, Eduardo...
A transferência do ministro da Secretaria de Governo, general Luiz Eduardo Ramos, para a reserva remunerada do Exército foi publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira, 16. Há um mês, o militar havia comunicado o presidente Jair Bolsonaro sobre a intenção de deixar a atividade no Exército.
Com isso, o interino da Saúde, Eduardo Pazuello, passa a ser o único general da ativa entre os ministros de Bolsonaro. Desde o episódio do embate com o ministro do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes, que associou a militarização da saúde a um “genocídio”, cresceu a pressão para que Pazuello deixe o governo.
O general Luiz Eduardo Ramos integra as Forças Armadas desde 1973, quando entrou na Escola Preparatória de Cadetes do Exército. Em julho do ano passado, ele se licenciou da Força para assumir o cargo de ministro da Secretaria de Governo da Presidência, em substituição ao também general Carlos Alberto Santos Cruz. Ramos poderia permanecer na ativa até dezembro do ano que vem, mas antecipou a transferência para a Reserva para minimizar desgastes no governo.
Nos bastidores, militares da ativa demonstravam incômodo com a presença de colegas oficiais em cargos de primeiro escalão do governo. O desconforto cresceu depois da repercussão negativa da realização de atos antidemocráticos, em defesa do fechamento de instituições, alguns deles com a presença do presidente Jair Bolsonaro.
Na véspera da transferência de Ramos para a reserva, o chefe do Planalto fez uma publicação com elogios a Eduardo Pazuello. Nas redes sociais, Bolsonaro minimizou a militarização do Ministério da Saúde. “Quis o destino que o general Pazuello assumisse a interinidade da Saúde em maio último. Com 5.500 servidores no ministério, o general levou consigo apenas 15 militares para a pasta. Grupo esse que já o acompanhava desde antes das Olimpíadas do Rio”, argumentou Bolsonaro.
“Pazuello é um predestinado, nos momentos difíceis sempre está no lugar certo para melhor servir a sua Pátria. O nosso Exército se orgulha desse nobre soldado”, finalizou o presidente. Na quarta-feira, o vice-presidente Hamilton Mourão anunciou que Eduardo Pazuello deve deixar a pasta da Saúde em agosto.
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