PF vai investigar suposto vazamento de operação a Flávio Bolsonaro
A Polícia Federal vai investigar a acusação feita pelo empresário Paulo Marinho de que um delegado da corporação no Rio de Janeiro alertou o senador Flávio Bolsonaro sobre uma investigação sigilosa que já havia descoberto as movimentações financeiras suspeitas do ex-assessor Fabrício Queiroz. Em nota divulgada neste domingo, 17, a PF afirmou que o suposto...
A Polícia Federal vai investigar a acusação feita pelo empresário Paulo Marinho de que um delegado da corporação no Rio de Janeiro alertou o senador Flávio Bolsonaro sobre uma investigação sigilosa que já havia descoberto as movimentações financeiras suspeitas do ex-assessor Fabrício Queiroz.
Em nota divulgada neste domingo, 17, a PF afirmou que o suposto vazamento de informações na Operação Furna da Onça, mencionada por Paulo Marinho em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo, já foi investigada no ano passado. A conclusão da apuração, porém, não foi informada.
A PF destacou que a Operação Furna da Onça, que prendeu deputados estaduais ligados ao esquema de corrupção do ex-governador Sergio Cabral, foi deflagrada no dia 8 de novembro de 2018, oito dias após os mandados judiciais serem expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 2° Região, a pedido do Ministério Público Federal.
A corporação ressaltou que "se notabilizou por sua atuação firme, isenta e imparcial no combate à criminalidade, dentro de suas atribuições legais e constitucionais" e que "todas as notícias de eventual desvio de conduta devem ser apuradas".
Também neste domingo, o procurador-geral da República, Augusto Aras, informou que vai analisar o teor das declarações do empresário Paulo Marinho para decidir se o convoca a depor no inquérito aberto no Supremo Tribunal Federal para investigar a tentativa de interferência política do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal, revelada pelo ex-ministro Sergio Moro.
Segundo Paulo Marinho, que foi aliado de Bolsonaro e é suplente de Flávio no Senador, o filho mais velho do presidente lhe contou, em dezembro de 2018, que soube com antecedência que a Operação Furna da Onça seria desencadeada contra deputados estaduais do Rio suspeitos de corrupção.
Foi nessa investigação, feita pela PF e pelo Ministério Público Federal, que surgiu o relatório do Coaf apontando a movimentações financeiras atípicas de uma série de assessores da Assembleia do Rio, entre eles Fabrício Queiroz, ex-funcionário do gabinete de Flávio e amigo do presidente Jair Bolsonaro.
Ainda segundo Marinho, por recomendação do delegado da PF, cujo nome não foi revelado, Flávio exonerou Queiroz e a filha dele de seu antigo gabinete em outubro. Queiroz é acusado de operar o esquema de "rachid" (devolução de parte do salário pelos funcionários) para a filho mais velho de Bolsonaro. O caso Queiroz, porém, é investigado desde 2018 pelo Ministério Público do Rio.
Flávio Bolsonaro afirmou neste domingo que as afirmações de Paulo Marinho são "invenção de alguém desesperado e sem voto" e que o empresário quer prejudicá-lo para assumir sua cadeira no Senado. Hoje, Marinho está filiado ao PSDB e é pré-candidato a prefeito do Rio.
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