Coaf mapeou transações suspeitas de juiz do Rio alvo do MP
O juiz Fernando Viana, da 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, aparece em relatórios do Conselho de Controle de Atividade Financeira, o Coaf, por causa de transações suspeitas que, segundo o Ministério Público, podem ter ligação com um esquema de pagamento de propina relacionado a perícias judiciais. Viana e seu colega de magistratura, João...
O juiz Fernando Viana, da 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, aparece em relatórios do Conselho de Controle de Atividade Financeira, o Coaf, por causa de transações suspeitas que, segundo o Ministério Público, podem ter ligação com um esquema de pagamento de propina relacionado a perícias judiciais. Viana e seu colega de magistratura, João Amorim Franco, 11ª Vara da Fazenda Pública, foram alvos de busca e apreensão na sexta-feira, 24, durante a Operação Erga Omnes.
Na decisão em que autorizou as diligências, a desembargadora Nilza Bitar, do Tribunal de Justiça do Rio, afirma que dados do Coaf mostram que o juiz “apresentou operações financeiras fracionadas” para tentar burlar os controles contra lavagem de dinheiro. Além disso, foram mapeadas transações de uma empresa em seu nome, a Cody Administração de Bens, que indicam para movimentação incompatível com a renda do magistrado.
A desembargadora também aponta que a esposa do juiz, Eliane Soares Brito Viana, tem inúmeras empresas do setor imobiliário que não possuem sede social tampouco empregados registrados. Somente uma das empresas registrou um funcionário.
Viana foi citado no acordo de colaboração premiada do perito judicial Charles Willian, preso pelo Ministério Público do Rio após ter sido apontado como destinatário de propina paga por empresas de ônibus. O perito, por sua vez, foi delatado pelo ex-presidente da Fetranspor, Lélis Teixeira.
Em nota, o juiz afirma que as “imputações apresentadas” não possuem o “mais mínimo fundamento”. “Como não há nada a esconder, pois sempre prezei em minha vida pessoal e profissional pela transparência e probidade, coloco-me inteiramente à disposição do Ministério Público para esclarecer todas as questões, a fim de comprovar a inexistência de qualquer irregularidade praticada”, diz a nota.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)