"Nós éramos escravos modernos", diz médico cubano que ficou no Brasil
O médico cubano Alioski Ramires, de 37 anos, chegou ao Brasil em 2014. Três anos depois, foi acusado por uma integrante da Opas, também cubana, de pedir na Justiça o direito ao salário integral. Com isso, foi excluído do programa Mais Médicos. Da cidade de Valparaíso de Goiás, nos arredores de Brasília, ele conversou com...
O médico cubano Alioski Ramires, de 37 anos, chegou ao Brasil em 2014. Três anos depois, foi acusado por uma integrante da Opas, também cubana, de pedir na Justiça o direito ao salário integral. Com isso, foi excluído do programa Mais Médicos. Da cidade de Valparaíso de Goiás, nos arredores de Brasília, ele conversou com Crusoé por telefone.
O que o senhor achou da decisão de Cuba de sair do Mais Médicos? O anúncio foi a prova de que a ditadura só pensa em dinheiro. Quando o presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, ameaçou que queria pagar o salário integral dos médicos cubanos, o regime decidiu se retirar. Quando eu estava no programa, recebia menos de 30% do que me era devido. O governo cubano não se importou com o fato de que muitos brasileiros são atendidos por esses profissionais. A ditadura diz para todo o mundo que o programa é uma missão solidária, altruísta. Mas eles só querem saber do dinheiro.
Bolsonaro disse que os médicos cubanos são escravos. Como o senhor se sentiu? Ele falou a verdade. Tanto eu, como a maioria dos cubanos, nos sentíamos assim. Trabalhávamos muito e cada vez a ditadura exigia mais sacrifício. Só quem se beneficiava eram as autoridades do governo cubano, que vivem como os capitalistas mais ricos. Eles reclamam o tempo todo imperialismo, mas são eles que agem como imperialistas. Nós éramos escravos modernos.
Por que o senhor saiu do Mais Médicos? O governo de Michel Temer abriu a possibilidade para trabalhar de maneira individual, fora do acordo feito com Cuba. Muitos médicos entraram na Justiça para conseguir isso, porque é uma maneira de ganhar 100% do salário e de trazer a família. Aí a representante da Opas (Organização Panamericana de Saúde) veio e me ameaçou. Falou que eu deveria entrar imediatamente no avião e nunca mais poderia sair do meu país. Eu me recusei. Cuba é uma prisão cercada pelo mar. Uma Alcatraz. Eu nunca mais poderia sair de lá.
Quem era a representante da Opas? Em cada estado do Brasil, havia uma pessoa da Opas. Todos eles são, na realidade, membros do governo cubano. O de Goiás vivia em Goiânia. Era essa pessoa que controlava todos os outros no mesmo estado. Ao contrário dos médicos que ganham só uma parte do salário, o deles é integral.
Como ela te ameaçou? Qualquer cubano sabe que quem mais sai prejudicado é a família que vive na ilha. Ela também disse que tiraria meu título de médico. Se eu voltasse para Cuba, só poderia trabalhar cortando cana ou limpando estrada.
O que o senhor pretende fazer agora? No ano que vem, vou prestar o Revalida. Estou estudando. Quero voltar a trabalhar como médico, a profissão que escolhi, e atender aos brasileiros que precisam de nós. Farei isso por solidariedade e por amor. Não sou como a ditadura, que só pensa no interesse econômico. Como Cuba não produz nada, depende dos serviços profissionais dos cubanos que estão no exterior.
Qual sua opinião sobre Jair Bolsonaro? Se ele conseguir moderar o discurso, poderá fazer um excelente trabalho para o povo brasileiro.
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Comentários (10)
CARLOS
2018-11-18 23:59:46Muito bom todos os brasileiros precisam saber o que PT queria implantar no Brasil! Os Castros destruíram Cuba!
Jorge
2018-11-18 20:55:58O Brasil não deve nada a cuba. Já não se pode dizer o mesmo de cuba em relação ao Brasil. É só lembrar do tempo do Regime Militar, em que vários guerrilheiros que atuavam no Brasil eram treinados na famigerada ilha, assim com em outros bastiões comunistas mundiais. O Brasil deveria ter declarado guerra a cuba devido as interferências desses facínoras em nosso país. Enquanto existir o atual regime não devemos levar cuba em consideração como nação com quem nos relacionarmos.
Rogério
2018-11-17 18:48:41Uma pergunta para o senhor Ramires: Alguma vez sugeriu publicamente que Fidel moderasse o seu discurso?
Alan
2018-11-17 18:35:28Parabéns ao médico Cubano. Parabéns também ao presidente Jair Bolsonaro, que falou claramente a palavra ditadura Cubana. É assim que os ditadores família Castro e seus seguidores exploram o pobre povo Cubano. Isso é coisa ducaPTa.......por isso são tão amigos da Orcrim LuloPTista.
Danyelle
2018-11-17 01:12:09Boa entrevista. Espero que o Dr Ramires obtenha sucesso. Ele certamente estará em um Brasil melhor!
Anselmo
2018-11-17 01:02:43A “cleptocracia PTralha” quase transformou Brasília, numa Havana. Por pouco, muito pouco, isso não aconteceu. Fomos “invadidos” por cubanos, venezuelanos, haitianos, angolanos, nigerianos, e aí vai. Muitos dos “médicos” cubanos que vieram ao Brasil, seriam também mais de 1,5 mil espiões da polícia secreta cubana, para “controlar” seus compatriotas e organizar as bases do MST em comunas - isso é a tal OPAS, controlar e doutrinar as populações mais pobres, dos rincões do Brasil afora.
Antonio
2018-11-16 21:40:42É um caso de se levantar quais são essas pessoas que estão no Brasil que gerenciam essa tal de OPAS pois são coniventes com a roubalheira e escravidão dos médicos. Coloque quem são e onde estão cada um, mandando-os todos fora do Brasil. Seria como um mestre de obras que recebesse os envelopes dos salários dos empregados, abrisse todos, e retirasse 70%. O que os empregados fariam ? Esses tais de OPAS são piores ainda, pois estão implementando no Brasil, algo sobejamento fora da Lei.
JENNECY
2018-11-16 21:18:40Moderar que discurso? Já tá criticando nosso presidente? Com que direito?
Nadiejda
2018-11-16 20:05:55Foi muito corajoso e espero que ele consiga rapidamente um trabalho... .
ROTENIO
2018-11-16 19:46:03Bem ponderado. Desejo sucesso para o Dr. Ramires. E seja bem vindo.