Senado aprova projeto que proíbe o despejo de quem não pagar aluguel
O Senado aprovou na manhã desta sexta-feira, 3, o projeto de lei que trata de relações jurídicas de direito privado durante a pandemia. O texto é fruto de uma cooperação entre ministros de tribunais superiores, juristas e professores universitários com o Congresso Nacional. Os parlamentares discutem ainda um destaque apresentado pelo senador Fabiano Contarato, da...
O Senado aprovou na manhã desta sexta-feira, 3, o projeto de lei que trata de relações jurídicas de direito privado durante a pandemia. O texto é fruto de uma cooperação entre ministros de tribunais superiores, juristas e professores universitários com o Congresso Nacional. Os parlamentares discutem ainda um destaque apresentado pelo senador Fabiano Contarato, da Rede, que inclui no texto benefícios a motoristas de aplicativos.
O projeto flexibiliza temporariamente regras de direito privado atualmente em vigor. A proposta determina, por exemplo, limites para o despejo de locatários de imóveis durante a crise e a liberação da realização de assembleias de condomínio ou empresariais por sistemas remotos.
A relatora do projeto, senadora Simone Tebet, do MDB, elogiou a parceria com representantes da Justiça. Ela lembrou que as novas regras são fruto “de iniciativa do Judiciário e de grandes juristas da área de direito privado, das grandes universidades de direito, que, preocupados com o descumprimento de contratos privados por conta da pandemia, acharam prudente sugerir algumas regras transitórias e excepcionais”. Tebet afirmou que, com a pandemia, “pode acontecer um fluxo descontrolado de ações no Judiciário, colapsando o sistema”.
A proposta flexibiliza regras de contratos agrários e impede a contagem de tempo para usucapião. O substitutivo da senadora Simone Tebet fixou em 30 de outubro o prazo para que não haja despejo de imóveis urbanos.
O senador Antônio Anastasia, autor da proposta, justificou a medida. “É preciso agora conter os excessos em nome da ocorrência do caso fortuito e da força maior, mas também permitir que segmentos vulneráveis como os locatários urbanos não sofram restrições ao direito à moradia”.
Para condomínios, caso não seja possível a realização de assembleias virtuais, os mandatos de síndicos ficam prorrogados até 30 de outubro. O texto autoriza os condomínios a proibirem o acesso a áreas comuns, como piscinas e parquinhos.
Outra novidade é o adiamento da entrada em vigor da Lei Geral de Proteção de Dados, prevista para agosto de 2020. A senadora Simone Tebet sugeriu a mudança dessa data para 1º de janeiro de 2021. O trecho da lei que prevê multas e sanções só será aplicada a partir de 1º de agosto de 2021.
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Comentários (9)
Lauro
2020-04-04 08:19:41A informação está incorreta. Somente ficou impossibilitada a concessão de liminares na ação de despejo.
FRANCISCO
2020-04-03 20:22:50Como os salários do legislativo e judiciário estão garantidos, eles não estão pensando em parcela da população que poupou a vida inteira e hoje vive de um ou dois aluguéis. Seria o caso dos mesmos entrarem na fila e se cadastrarem no coronabolsa? E sabemos muito bem que nessa hora aproveitadores surgirão.
Eduardo Duprat
2020-04-03 19:26:25E aqueles locatários que já não estavam pagando seus aluguéis antes do Coronavirus? O benefício se estende a eles também?
Marcos
2020-04-03 17:38:28MALDITOS POLÍTICOS! O IPTU CONTINUA SENDO COBRADO. DEMITAM O FUNCIONALISMO JÁ!
Marina
2020-04-03 16:30:07O povo paga imposto, abre mão de lucro, e eles obrigam ao sacrificio; quero dizer: e a parte deles? Dá pra abrir mão de alguma coisa? Tipo reduzir mordomias, carro, verbas, etc.? Só com chapéu alheio?
Rosana
2020-04-03 16:15:56A notícia está errada. Foi proibida a liminar de despejo, as ações de despejo podem tramitar normalmente, porém, pelo rito comum. Favor checar e corrigir.
Eduardo
2020-04-03 15:06:27Minha mãe, idosa, tem como renda, sua aposentadoria de 1 salário mínimo e dois modestos aluguéis. Pelo jeito, o governo vai tirar da classe média para dar aos pobres. Os mais ricos, como sempre, sairão ganhando. É o LIBERALISMO em ação.
Onildo
2020-04-03 13:51:47Pois é, mas pra muitos (locador) aluguel é renda pra sobrevivência. E por que ainda não tem prosposta de suspensão de mensalidades de empréstimos e juros. Banco não quebra não, foi o primeiro da fila e que já recebeu ajuda (de bilhões) do governo. Mais de 60% das famílias têm dívida.
Gerson
2020-04-03 13:43:36O fato de possuir um imóvel e alugá-lo não significa que o senhorio seja imune a adversidade econômicas. Essa renda pode ser a única de uma família.