Gabbardo: 'Recomendações de Bolsonaro não mudam orientações do Ministério'
Apesar da evidente diferença de discursos, o secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo dos Reis (foto), alegou, nesta sexta-feira, 27, que as recomendações do presidente Jair Bolsonaro não alteram as orientações da pasta para conter o avanço do novo coronavírus. A doença já matou 92 pessoas no país. Questionado sobre a data em que...
Apesar da evidente diferença de discursos, o secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo dos Reis (foto), alegou, nesta sexta-feira, 27, que as recomendações do presidente Jair Bolsonaro não alteram as orientações da pasta para conter o avanço do novo coronavírus. A doença já matou 92 pessoas no país.
Questionado sobre a data em que o órgão destituiria a campanha de isolamento social, promovida desde a chegada da pandemia no país, para se alinhar às ações propostas pelo chefe do Planalto, Gabbardo alegou que a postura adotada pelo ministério continuará a mesma.
“Não vejo nenhum sentido nisso. Não existe essa hipótese. Não vamos fazer nenhuma análise do discurso do presidente, mas as recomendações que estão sendo dadas [por Bolsonaro] não modificam em nada as orientações do Ministério da Saúde. Continuam sendo as mesmas”, cravou.
Na sequência, o secretário elencou as recomendações da pasta. “Pacientes com sintomas devem ficar em isolamento; familiares dos pacientes com sintomas devem ficar em isolamento; pessoas que tenham comorbidades, doenças crônicas devem ficar em isolamento, independente da idade; pessoas com mais de 60 anos devem ficar em isolamento”, repetiu.
O posicionamento do presidente, no entanto, vai na contramão do trabalho de conscientização do ministério. Bolsonaro defende o isolamento vertical, modelo em que apenas idosos e doentes crônicos manteriam o distanciamento social. Dessa forma, comércio e escolas estariam autorizados a abrir as portas.
O governo federal, inclusive, usa uma campanha com o slogan #OBrasilNãoPodeParar a fim de incentivar a ideia. No perfil oficial da gestão no Instagram, uma publicação faz a propaganda. “No mundo, são raros os casos de vítimas fatais do coronavírus entre jovens e adultos. A quase totalidade dos óbitos se deu com idosos”, diz o post. “Para estes, o isolamento. Para todos os demais, distanciamento, atenção redobrada e muita responsabilidade”, completa.
Indagado sobre a posição da Saúde em relação à peça publicitária, Gabbardo valeu-se do uso de uma metáfora de uma casa em chamas para se esquivar. “Não fiquem esperando que o ministério jogue um palito de fósforo, coloque oxigênio ou abane para aumentar esse fogo. Não tentem forçar o ministério a incendiar uma coisa que já está na nossa frente.”
O número dois da pasta ainda afirmou que a simpatia de Bolsonaro pelo uso de hidroxicloroquina no tratamento de pacientes com coronavírus não teve interferência sobre a decisão do órgão de liberar o medicamento para o combate da doença em pessoas internadas em situação grave.
“O ministério elaborou uma nota técnica, apresentada pelo nosso secretário de Ciência e Tecnologia, e mostrou que, mesmo com evidências científicas ainda não muito consolidadas, havia a possibilidade de termos êxito com esse tratamento. Não foi por recomendação de A, nem de B, nem por imposição da OMS [Organização Mundial da Saúde]”, declarou.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (9)
Maria
2020-03-28 09:02:30O presidente Bolsonaro não precisa da Secretaria da Saúde e nem do ministro Mandetta. Ele sabe TUDO sobre medicina, pandemia, infectologia isolamento. Ele sabe tudo sobre o coronavírus. Este homem se basta, com seus três tantãs como conselheiros.
ORLANDO
2020-03-27 23:21:55Aumentam os óbitos da Covid-19, dimuem os seguidores do Louco. Devem ser os efeitos colaterais.
Danny Boy
2020-03-27 22:34:52Esse secretário-executivo está aparecendo demais e contestando o Senhor Presidente. É restôlho petista, com certeza. Logo, tem-se como corolário necessário que: - Vai cair. Basta o PR tomar conhecimento. Esse Gabbardo, “colocará à viola no saco, indo cantar noutra freguesia”! É tiro e queda!
Jorge
2020-03-27 22:08:42Crusoé maldosos duca. Voces não sabem interpretar? Releiam o q vcs mesmos escreveram seus idiotas. Tendenciosos da porra!!!
Anderson
2020-03-27 21:00:14Em fevereiro deste ano, o prefeito de Milão lançou a campanha "Milano min se ferma" (Milão não pára). Hoje estão parados e exportando mortos pra outras regiões da Itália. Quem quiser ver a campanha, basta procurar no YouTube.
Marina
2020-03-27 20:14:49Está certo ele, está certo o presidente.
Jorge
2020-03-27 19:42:22JB está correto. E a nota de Crusoé é absolutamente contraditória, pois o que disse o secretário do MS corresponde ao isolamento vertical. Basta saber ler.
Sandromar
2020-03-27 19:08:11análise incorreta da Crusoé. Bolsonaro está alinhado com o MS ele defende o isolamento do mesmo grupo que o MS defende. Isolamento vertical. Muito mal comentado, desculpa, mas tem que ser mais critérios nisso.
Eduardo
2020-03-27 18:47:39As recomendações do louco do planalto influenciam no comportamento da população. Ainda tem muito jumento que acredita nele.