Para entender: a revanche do Irã e a esperada resposta americana
Ao atacar duas bases americanas no Iraque nesta terça-feira, 7, o Irã lançou mais de uma dúzia de mísseis balísticos (foto) de seu próprio território. Não agiu, como se esperava, usando os grupos terroristas e paramilitares que tem treinado e armado em outros países do Oriente Médio nas últimas décadas. A opção iraniana de chamar...
Ao atacar duas bases americanas no Iraque nesta terça-feira, 7, o Irã lançou mais de uma dúzia de mísseis balísticos (foto) de seu próprio território. Não agiu, como se esperava, usando os grupos terroristas e paramilitares que tem treinado e armado em outros países do Oriente Médio nas últimas décadas.
A opção iraniana de chamar para si a vingança e sequer tentar dissimular a origem dos ataques se deve à importância que o general iraniano Qassem Soleimani tinha dentro do Irã e do regime dos aiatolás. Soleimani era a segunda pessoa mais poderosa do país, atrás apenas do líder supremo Ali Khamenei. Da mesma forma, essa decisão poderá forçar os americanos a tomar alguma atitude.
"É esperado que os Estados Unidos reajam, pois o Irã efetuou o ataque do seu próprio território. A última vez que o Irã lançou um foguete foi na guerra com o Iraque na década de 1980", diz o cientista político André Lajst, da ONG StandWithUs.
Uma coisa que pode ajudar a esfriar os ânimos é que, nos ataques iranianos a duas bases americanas, não houve registro de americanos feridos ou mortos nas primeiras horas. Os mísseis que atingiram Al Asad, perto de Bagdá, caíram em uma área que não é povoada por americanos, embora iraquianos possam ter se ferido. Em Erbil, que é território curdo e fica ao norte do país, um míssil caiu perto do aeroporto, mas não explodiu. Outro atingiu uma área isolada sem causar maiores danos.
O chanceler do Irã também se pronunciou no Twitter, argumentando que a ação iraniana foi proporcional. Segundo ele, as duas bases militares foram escolhidas como alvos porque delas partiram os drones que mataram Qassem Soleimani. "O Irã tomou e concluiu medidas proporcionais de legítima defesa, de acordo com o artigo 51 da Carta das Nações Unidas", escreveu Zarif. "Não buscamos escalada ou guerra, mas queremos nos defender de qualquer agressão."
Logo após os ataques, reuniram-se na Casa Branca o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, o secretário de Defesa, Mark Esper, o vice-presidente, Mike Pence, e o secretário de estado, Mike Pompeo.
Na esperança de evitar um bombardeio dos Estados Unidos como represália, o Irã ameaçou atacar Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, e Haifa, em Israel, caso seu território seja atingido. Os aiatolás também falaram em atacar diretamente os Estados Unidos.
Diversos membros do governo iraniano publicaram a imagem da bandeira do Irã nas redes sociais. O gesto imita o que fez Trump após o ataque com drone que matou Qassem Soleimani. Na quinta, 2, o presidente americano subiu um post com uma bandeira americana no Twitter.
A segurança em torno da Casa Branca foi reforçada. Trump cogitou dar uma declaração pública na televisão na noite desta terça-feira, 7, mas desistiu de discursar na mesma noite. Ele apenas publicou uma mensagem no Twitter: "Tudo está bem! Mísseis lançados do Irã em duas bases militares localizadas no Iraque. Avaliação das vítimas e dos danos ocorrendo agora. Por enquanto, tudo bem! Temos, de longe, as Forças Armadas mais poderosas e bem equipadas do mundo! Farei uma declaração amanhã de manhã (quarta cedo)".
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Comentários (10)
Mauro
2020-01-08 11:26:41O Irã perdeu a cabeça pensante. Vão fazer besteiras....ou envolver a Rússia e a China.
Donizetti
2020-01-08 08:36:47Há uma guerra lá fora; que ela continue lá (ou pare).
Joaquim
2020-01-08 08:32:24O Trump e os EUA perderam a noção da multilateralidade. Essa guerra só beneficiará os xiitas que passaram de vítimas no mundo àrabe recebendo, inclusive, a discreta solidariedade dos sunitas. O Brasil ficará bem neste cenário se adotar a política da equidistância do conflito. Temos interesses econômicos em jogo. É este o posicionamento que todas as nações sempre adotaram.
EDVALDO
2020-01-08 08:27:42Não tem dúvida q o Iran está por trás de vários movimentos terroristas. E O PT APOIA O IRAN, MADURO, CUBA, EVO MORALES. Deus nos ajude q nunca mais voltem ao poder senão estaremos perdidos
Paulo Renato
2020-01-08 08:03:00Todos aí estão falando pelos cotovelos. O Irã está quebrado...quebrado, entenderam? Esse mísseis que jogaram aí que dizem ser balísticos, são mísseis Scud fabricados na União Soviética (!) estão apenas se desfazendo deles para liberar espaço para não sei o quê. Os mísseis mais perigosos deles são os Katyusha, do tempo da 2ª guerra, esse sim, são um perigo, pois quando você acha que ele vai cair em um lugar, ele acaba caindo em outro, não tem nem para onde correr.
SIDNEY
2020-01-08 08:00:19De um lado, o governo iraniano não deve adorar nenhuma atitude, oficialmente falando, pois como dito acima "quem tem c*, tem medo" MAS a atividade através de células terroristas deve aumentar enormemente.
Volf MS
2020-01-08 07:57:53Os EUA ganharam várias guerras mas não levaram. No Iraque se sairem da zona verde corre o risco de virar picadinho, o mesmo ocorre no Afeganistão, na Coréia empatou, estacionaram no paralelo 38, Siria tá lá, Baia dos Porcos não deu certo, Vietnã então foi uma humilhação. Terrorismo e guerrilha que contam com o apoio da população local, vira uma guerra de desgaste interminável. Nessa confusão quem sofre é a população civil. Apesar disso achamos lindo a truculência, a violência, no sofá lógico.
José
2020-01-08 07:10:32Lançou mísseis fora do alvo propositalmente para não acertar. Quem tem c.tem medo.
Donizetti
2020-01-08 06:57:38Dependendo, HOJE, da resposta de Trump o Irã vai agir. Se houver ataques aos países vizinhos como Israel, e Dubai, o conflito se espalhará.
Jurandir
2020-01-08 06:45:48Eles não sossegarão enquanto não tiverem a cabeça de Trump!