Bolsonaro imita Lula ao comentar veto a projeto do PT sobre menores
Em uma transmissão ao vivo feita na noite desta quinta-feira, 12, o presidente Jair Bolsonaro (foto) imitou a voz do ex-presidente Lula para dizer por que vetou um projeto de autoria de Gleisi Hoffmann, deputada federal que também é presidente do PT. Na transmissão da semana passada, Bolsonaro fez brincadeira com a ex-presidente Dilma Rousseff....
Em uma transmissão ao vivo feita na noite desta quinta-feira, 12, o presidente Jair Bolsonaro (foto) imitou a voz do ex-presidente Lula para dizer por que vetou um projeto de autoria de Gleisi Hoffmann, deputada federal que também é presidente do PT. Na transmissão da semana passada, Bolsonaro fez brincadeira com a ex-presidente Dilma Rousseff.
Bolsonaro imitou Lula ao tratar de um veto a um projeto que permitiria ao Ministério Público mover ação ou investigação de agressão a menores de idade, sem necessidade de autorização dos pais. "Tem gente que acha que eu errei, que a gente deve defender a criança no Brasil, a criancinha de até 17 anos de idade", criticou, para alegar que a mudança serviria para punir policiais e proteger menores infratores.
"Imagine uma ação qualquer, policial, onde o menor seja detido, sofra uma agressão, até verbal", argumentou Bolsonaro. "O policial vai ser processado, o MP vai para cima dele, algumas ONGs vão achar uma maneira para que esse policial venha a sofrer processo", previu. "Mais ainda: quem é a autora desse projeto? Gleisi Hoffmann. Preocupadíssima com os menores, talvez depois que o Lula falou que 'só porque o moleque tá roubando o celular a polícia vai pra cima dele, deixa o moleque roubar em paz'", completou, imitando a voz rouca do petista, para lembrar um trecho do discurso do ex-presidente quando deixou a prisão em Curitiba.
O presidente comentou que também está "disposto" a vetar, no pacote anticrime aprovado pelo Congresso, a lei que triplica a pena de calúnia, injúria e difamação nas redes sociais. "Imagina o inferno que vai ser", avaliou Bolsonaro, que em princípio considera a medida uma restrição à liberdade de expressão. "Mas vamos acompanhar os comentários para ver o que o povo acha", ressalvou.
Bolsonaro lamentou que o Congresso tenha derrubado outro veto, ao projeto que obriga as escolas públicas a ter sempre um assistente social e um psicólogo. O presidente previu que a lei vai ser questionada, "independentemente da minha vontade", no Supremo Tribunal Federal, e deve ser declarada inconstitucional. "Vai voltar para a estaca zero", avisou, dizendo que não haveria como arcar com os custos da medida, segundo a Lei de Responsabilidade Fiscal. "Tenho até uma irmã que é psicóloga, ela queria um emprego em cima de mim, mas lamentavelmente não vai ser dessa forma não", comentou.
O presidente voltou a criticar o resultado do Brasil no Pisa, exame que mede a qualidade de educação de diversos países. Mas lembrou que ele retratou uma situação anterior ao seu governo. "A grande vantagem agora é que o Brasil não cai mais, porque já chegou em último lugar", afirmou, novamente em tom de brincadeira.
"É igual aquele jogo do Flamengo e Avaí, em que quem perder não vai ganhar e quem ganhar não vai perder do Flamengo e Avaí", disse, referindo-se à partida que assistiu na quinta-feira da semana passada, entre o primeiro e o último lugar do Campeonato Brasileiro, quando brincou com uma declaração de Dilma. O presidente defendeu mudanças no currículo da educação para "ensinar o que interessa".
Ele não citou o ministro da Educação, Abraham Weintraub, que estaria sendo esvaziado no cargo, ao falar dos problemas da área. O filho de Bolsonaro, o deputado Eduardo Bolsonaro, afirmou nesta tarde que a demissão de Weintraub é um "boato".
O presidente celebrou a queda na taxa de juros e outras notícias positivas na economia brincando que o desempenho vem sendo bom porque não entende do assunto. "Acho que a economia está dando certo porque não entendo de economia", brincou Bolsonaro, ao lado dos presidentes do BNDES, Gustavo Montezano, e da Caixa Econômica, Pedro Guimarães.
"O que eu não entendo eu não meto a mão, não adianta", disse, na live no Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro. "Tu acha que eu vou entrar num centro cirúrgico para operar alguém? Até porque sou capitão da artilharia, sei fazer exatamente o contrário", completou, para reforçar que não procura fazer intevenções na gestão da política econômica.
Bolsonaro elogiou a queda dos juros anunciada pela Caixa Econômica depois da redução da Selic e lembrou que outros bancos cobram taxas maiores para seus clientes. Montezano admitiu que o governo de Cuba não deve pagar um financiamento concedido durante do governo do PT para o Porto de Mariel.
"A gente deve tomar um calote de Cuba de 561 milhões de dólares", reconheceu o presidente do BNDES. No início da transmissão, Bolsonaro ressalvou que Montezano havia explicado que "não tem nada de ilegal com o BNDES, porque o início da caridade com o chapéu alheio começava com o parlamento", em referência a empréstimos concedidos em gestões anteriores.
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Comentários (10)
Marcelo
2019-12-13 13:59:48Por interromper o roubo sistêmico do nosso dinheiro, implantado pelo PT, MDB, PP, PSDB, entre outros, o governo sofre uma retaliação dos nossos congressistas e até do STF. Fica complicado governar numa cleptocracia.
Carlos
2019-12-13 10:21:18Quase 1 ano de governo "sem desvio de dinheiro público". Diferente, né? Mas tem setores da sociedade que parecem preferir os governos que desviaram o dinheiro do contribuinte. Por que será?
João
2019-12-13 09:38:14Bolsonaro imitou "a voz" do Meliante e não Ele em si, pois teria que sair roubando para tanto.
João
2019-12-13 09:06:56Desde que assimiu, o ministro Weintraub é bombardeado diariamente. Já houve até editoriais da extrema imprensa pedindo sua cabeça. Ou a Crusoé diz quem é que fala que o ministro está desprestigiado ou vai para o lado das fofocas.
Eva
2019-12-13 08:26:11Crusoé, o fogo tá correndo solto na Austrália e vocês não postam nada? Cadê o Macron, a Greta os ativistas? Por outro lado será que o governo de lá também culpa as ONGS?
Jose
2019-12-13 08:22:56Bolsonaro roubou 161 bilhões de reais da sociedade brasileira para beneficiar os grileiros. Para fazer isso, expulsou os militares do Incra. O mundo todo está sabendo e a imagem do Brasil foi para o lixo!
Paulo Renato
2019-12-13 08:18:59Ele ainda vai imitar o Lulladrão com perfeição, até poderá ir para a sala da PF de Curitiba também. Palhaçada.
SERGIO
2019-12-13 07:15:59O título é ruim. Padrão Folha. Tinha de ser mais claro e há espaço para isso. "Bolsonaro imita a voz de Lula...", e não "imita Lula", que permite distorção de entendimento.
Cretino
2019-12-12 23:48:31Por falar em falar, procurem ler no site do Valor Econômico a entrevista do Rodrigo Maia dada hoje na Europa. Ela mostra que o país tem um primeiro ministro de fato, que está cuidando de fazer o país andar. E fala da relação desequilibrada entre USA e Brasil, adotada por JB. Mostra as reformas às quais a Câmara está dando curso. Deméritos à parte, Maia está trabalhando (melhor dizendo: executando). Tudo indica que é focado na agenda do país, articulado que é com o empresariado e a política.
Cretino
2019-12-12 23:18:13Péssimo um agente público aceitar o calote de Cuba e enfiar no saco do prejuízo nacional uma perda de US$ 561 milhões. Tem que ir para cima de Cuba e exigir cada centavo. Bolsonaro fala muito mal, dá até pena; faz lembrar a DilmAnta.