Indústria do aço espera reverter tuíte de Trump
Em outubro, representantes da indústria do aço brasileira foram aos Estados Unidos para tentar abrandar os entraves colocados a importações brasileiras em maio do ano passado. A equipe voltou confiante da viagem. "Nós falamos com o USTR (United States Trade Representative, que cuida do comércio), com o Congresso, e explicamos a eles que era o...
Em outubro, representantes da indústria do aço brasileira foram aos Estados Unidos para tentar abrandar os entraves colocados a importações brasileiras em maio do ano passado.
A equipe voltou confiante da viagem. "Nós falamos com o USTR (United States Trade Representative, que cuida do comércio), com o Congresso, e explicamos a eles que era o importador americano que estava sendo prejudicado. Saímos de lá extremamente esperançosos de que seríamos atendidos, ao menos parcialmente", disse Marco Polo de Mello Lopes, presidente-executivo do Instituto Aço Brasil, em uma coletiva de imprensa nesta quinta-feira, 5.
O Brasil exporta aos americanos, principalmente, aço semi-acabado (foto). Assim como outros países desenvolvidos, os Estados Unidos terceirizaram essa produção, seja por questões ambientais ou pela baixa lucratividade. O valor exportado de semi-acabados aos Estados Unidos gira em torno de 1,7 bilhão de dólares. A indústria americana usa essa matéria-prima para produzir e exportar bens para o resto do mundo. "Alguns produtos que exportamos sequer são produzidos por lá", disse Mello Lopes.
O Brasil também importa 1 bilhão de dólares dos Estados Unidos em carvão metalúrgico em uma operação casada. O navio vai com a placa de aço e volta com o carvão para as usinas.
Após o tuíte de Trump nesta segunda-feira, ameaçando sobretaxar o aço do Brasil e da Argentina, diplomatas brasileiros e representantes das empresas foram conversar com o Departamento de Comércio e com assessores da Casa Branca. O encarregado de negócios na Embaixada do Brasil, Nestor Forster, é um dos mais atuantes. "Entre os americanos, o sentimento também é de perplexidade. Ninguém entendeu a ameaça de Trump", disse Mello Lopes. Para ele, desviar a importação de aço semi-acabado do Brasil para outros países não seria tão fácil: "Isso seria um tiro no pé da indústria americana".
Como a ameça de Trump ficou apenas no tuíte do presidente e nenhuma decisão foi tomada, os brasileiros esperam reverter a situação a tempo.
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