Receita vai entregar ao TCU nomes de auditores que acessaram dados de autoridades
O secretário especial da Receita Federal, Marcos Cintra (foto), disse a Crusoé nesta terça-feira, 10, que o Fisco já encomendou o levantamento dos nomes dos auditores que acessaram dados fiscais de membros do Legislativo e do Judiciário nos últimos anos. Os dados, quando prontos, serão entregues ao Tribunal de Contas da União, que solicitou as...
O secretário especial da Receita Federal, Marcos Cintra (foto), disse a Crusoé nesta terça-feira, 10, que o Fisco já encomendou o levantamento dos nomes dos auditores que acessaram dados fiscais de membros do Legislativo e do Judiciário nos últimos anos. Os dados, quando prontos, serão entregues ao Tribunal de Contas da União, que solicitou as informações.
"Vamos atender o TCU plenamente. O processamento está levando algum tempo", afirmou Cintra. A declaração vem após o secretário ter sido cobrado pelo presidente Jair Bolsonaro, nos bastidores, por ter entregado à corte de contas apenas a quantidade de servidores (1.073) que acessaram as contas de agentes públicos entre 2014 e 2018, sem revelar os nomes.
Cintra informou ao TCU que o levantamento terá um custo de 358 mil reais. O montante sairá do orçamento da Receita e será pago ao Serpro, Serviço Federal de Processamento de Dados, responsável por manter o sistema. O acerto entre Cintra e o ministro Bruno Dantas, que requisitou os dados ao Fisco, é para que o prazo para entrega de informações seja prorrogado na próxima semana.
O trabalho de fiscalização da Receita Federal envolvendo agentes públicos é o centro da disputa que tem, de um lado, setores do Judiciário, Legislativo e Executivo e, do outro, os auditores fiscais. Desde 2018, o Fisco criou um grupo especial de programação para mirar possíveis fraudes tributárias de funcionários dos Três Poderes.
O trabalho resultou a identificação de 133 servidores com indícios de irregularidades. No início de 2019, o vazamento de parte desse material, em especial, o relacionado aos ministros do Supremo Tribunal Federal Gilmar Mendes e Dias Toffoli, presidente da Corte, bem como de familiares dos dois, deu início a uma ofensiva contra os auditores.
Logo após o vazamento, Bruno Dantas, do TCU, ordenou uma devassa nos computadores do Fisco para mapear possíveis irregularidades dos auditores. Como mostrou Crusoé, Dantas não estava entre os 133, mas seu nome foi um dos escolhidos no primeiro filtro feito pela Receita que mapeou cerca de 800 servidores com possíveis irregularidades em seus dados tributários.
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Comentários (10)
DIOGENES
2019-09-15 13:57:13Seguir procedimento agora parece se caracterizar crime. Onde chegaremos?
Lucenia
2019-09-12 06:46:36Pronto. Tai a causa da demissão do secretario
Edna
2019-09-11 17:54:32É inacreditável !!!! Bolsonaro não foi eleito prometendo acabar com a corrupção doesse a quem doesse ? Não é o que estamos vendo, e os auditores que cumprem sua função irão perder o emprego? Era tudo brincadeirinha né Bolsonaro ? Lamentável e deprimente.
Aparecida
2019-09-11 15:54:05Pagamos os gordos salários de muitos inúteis, temos o direito de exigir transparência.
Bevi
2019-09-11 14:34:19É necessária a transparência, notadamente em se tratando de autoridades públicas que são sustentadas pelos contribuintes.
Lygia
2019-09-11 13:34:12Surreal. A RF me chamou umas 3 vezes nos últimos 10 anos para prestar esclarecimentos, o que foi feito sem nenhum problema. Não devia e não devo nada ao fisco. Se eu posso ser investigada porque membros do governo não podem? A investigação é seletiva, só para os pobres mortais? Francamente, que nojeira! Não esperava que esta pouca vergonha fosse continuar no atual governo. Mais uma decepção para quem teclou no 17!
Nelson Irritado
2019-09-11 13:21:29R$ 358 mil por uma consulta de banco de dados! É o SELECT mais caro que já vi!
Carlos
2019-09-11 13:07:31Quem foi do Centrão não perde o jeito. Infelizmente continua agindo como um deputado não como Presidente. Intimidação para proteger políticos desonestos. Está ficando pior que o PT.
Jales
2019-09-11 12:30:16Independente de conviccoes politicas ou ideologicas, o servidor fazendario bisbilhoteiro deve ser punido com todo rigor, civil e criminalmente. Na era da bandidagem PTisma, RFB estava loteada de servidores com a finalidade de bisbilhotar os dados fiscais de todos os que nao eram adeptos dessa seita nefasta, para serem utilizados como moeda de troca e extorsao. Muitos usavam as escancaras a estrela vermelha PT dentro da reparticao. Pasmem, se achavam donos do orgao publico.
Juliana
2019-09-11 12:22:23A Receita investigar nós meros mortais,pagadores de impostos ok.Mas quando chega na alta cúpula do legislativo,judiciário e executivo ai não,nem pensar.Toffoli e Gilmar que o digam.