Crusoé n° 391: Lulismo eterno
Presidente completa 80 anos, mais apegado que nunca ao poder. E mais: O recomeço de Ciro
Nunca antes na história, o Brasil teve um presidente tão idoso. Nesta segunda, 27, Lula completará 80 anos de vida.
Antes dele, o mais velho foi Michel Temer, que deixou o cargo em 2019, aos 78 anos.
Nem mesmo os ditadores militares chegaram tão longe. Quem chegou mais perto foi Ernesto Geisel, que deixou o cargo com 71 anos.
Na quinta, 23, em encontro com o presidente da Indonésia, Prabowo Subianto, Lula falou da sua idade sem ser questionado a respeito, e assumiu pela primeira vez que tentará a reeleição no ano que vem.
"Eu quero lhe dizer [Subianto] que eu vou completar 80 anos, mas pode ter certeza que estou com a mesma energia de quando eu tinha 30 anos de idade. Vou disputar um quarto mandato no Brasil. Estou lhe dizendo isso porque nós ainda vamos nos encontrar muitas vezes. Esse meu mandato só termina em 2026, no final do ano. Mas eu estou preparado para disputar outras eleições", afirmou Lula, em uma frase que parecia decorada.
Lula se recusa a largar o poder, como se ele fosse imprescindível para o país.
Se ele for reeleito e ficar os quatro anos no Palácio do Planalto, poderá completar 16 anos no poder. É mais do que o ditador venezuelano Nicolás Maduro gozou até agora (12 anos). Mas ficará atrás do ditador russo Vladimir Putin (26 anos) e do líder supremo do Irã, Ali Khamenei (36 anos), dizem Duda Teixeira e Wilson Lima em "Lulismo eterno", a reportagem de capa da edição desta semana de Crusoé.
O recomeço de Ciro
Na matéria "O recomeço de Ciro", Wilson Lima mostra que Ciro Gomes voltou ao PSDB, sigla pela qual venceu sua primeira eleição para o governo do Ceará.
O projeto do partido no Ceará é ver Ciro candidato ao governo, mas pessoas próximas ao político insistem que ele ainda tentará convencer a cúpula tucana de que esse é o momento de ter um candidato forte à Presidência da República em 2026.
Colunistas
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Nesta edição, escrevem Roberto Reis (A máquina sem tropas), Dennys Xavier (Boulos e o socialismo brasileiro), Roberto Ellery (Um Nobel gigante), Márcio Coimbra (A paz de Abraão), Wilson Pedroso (Uma mulher à frente do Japão), Leonardo Barreto (Dívida das famílias é risco para Lula), Gustavo Nogy (Encontro marcado com a angústia) e Rodolfo Borges (A arte de reclamar da arbitragem).
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