Lula e Itamaraty se calam sobre Nobel da Paz

O presidente Lula (PT) e o Ministério das Relações Exteriores ainda não se manifestaram sobre a vitória da líder da oposição venezuelana, María Corina Machado, no Nobel da Paz de 2025.

O anúncio feito pelo Comitê norueguês do Nobel ocorreu por volta de 6h30 desta sexta, 10.

Mais de 12 horas depois, o governo Lula permanece em silêncio.

Leia também: Engole o choro, Lula

O único a falar...

Até o momento, o único a comentar sobre o prêmio foi o assessor especial da Presidência, Celso Amorim.

Mas ele classificou o Nobel como “político”.

“O prêmio Nobel não é moral, mas político. Para quem está lá na Europa, a Venezuela pode ser uma questão menor. Para nós no Brasil, é vital“, disse Amorim ao UOL.

“Não sei os critérios do Nobel. Nem ponho em dúvida as qualidades pessoais da María Corina. Eu havia lido uma referência a uma postagem de um porta-voz da Casa Branca, aparentemente retirada, em que dizia que o Comitê do Nobel priorizou a política em relação à paz. Pessoalmente achei interessante”, disse Amorim à CNN.

Choro

Logo após a candidatura de María Corina ter sido rejeitada na Venezuela, em 28 de julho do ano passado, Lula falou em 'choro'.

"Aqui neste país [Brasil], eu fui impedido de concorrer às eleições de 2018. Ao invés de ficar chorando, eu indiquei um outro candidato que disputou as eleições [Fernando Haddad]", afirmou o presidente.

Lula, que já manifestou o desejo de receber o Nobel da Paz por sua atuação no combate à fome, sempre evitou mencionar o nome de Corina Machado.

Posse de Maduro

O Brasil esteve representado na posse do ditador Nicolás Maduro, em 10 de janeiro.

A diplomata Glivânia Maria Oliveira foi a Caracas representando o governo Lula.

Na ocasião, o Brasil não condenou a fraude eleitoral de 28 de julho.

Exatos nove meses depois, em 10 de outubro, a principal opositora do regime chavista foi laureada com o Nobel da Paz.

Leia mais: Maduro ainda está aqui