Trump: 'Perdemos Índia e Rússia para a China'
Trump ironiza alinhamento de China, Índia e Rússia em meio às tensões políticas e econômicas de suas tarifas

O desfile militar na China nessa semana, que reuniu Xi Jinping, Vladimir Putin e Narendra Modi, virou um símbolo do novo cenário político mundial.
Para Donald Trump, a cena foi clara: "Perdemos Índia e Rússia para a China, a mais profunda e sombria", disse o presidente dos EUA na Truth Social, sua rede social.
A frase, carregada de crítica e algum deboche, expressa a percepção de que Washington está ficando de lado em alianças estratégicas importantes. Trump ainda desejou que "que tenham um futuro longo e próspero juntos!"
Essa avaliação tem relação direta com as tarifas impostas por Trump sobre produtos da Índia, que chegam a 50% em alguns casos.
As medidas afetam setores como têxtil, calçados, joias e pescados que empregam milhões de trabalhadores indianos.
O impacto já preocupa empresários e o próprio governo de Nova Déli, que teme queda no PIB e aumento do desemprego.
Ao endurecer nas negociações, os EUA acabam criando um efeito colateral: aproximaram países que antes mantinham certa distância da China.
Pequim, por sua vez, aproveita para oferecer investimentos, obras de infraestrutura e apoio político sem tantas exigências.
Essa postura torna a China um parceiro mais atraente para governos que buscam alternativas ao modelo de relacionamento com Washington.
O discurso de Trump, feito em entrevistas e postagens, mistura ironia e provocação. Ele sabe que a Índia e China seguem negociando para tentar chegar a um acordo comercial com os EUA.
Mas, nos bastidores, há sinais de que essa política comercial pode ter custos altos para a influência dos Estados Unidos no cenário internacional.
A Índia, por exemplo, tem reforçado laços com Moscou, de quem já compra muito petróleo, pelo que gerou aumento de tarifas americanas e participado de fóruns regionais liderados por Pequim.
Dentro dos Estados Unidos, as tarifas também geram disputa. Empresas importadoras e associações comerciais acionaram a Justiça para tentar derrubar a medida.
Trump defende que suspender as tarifas traria um colapso econômico, enquanto juízes discutem se ele tem poder legal para adotar essa ação de forma unilateral.
Sobre o desfile militar que viu os líderes da Rússia, China e Coreia do Norte reunidos no dia seguinte ao da presença do líder indiano, Trump também comentou nas redes sociais: "Por favor, transmitam meus mais calorosos cumprimentos a Vladimir Putin e Kim Jong-un, enquanto vocês conspiram contra os Estados Unidos da América".
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