Crusoé nº 374: Pendurado no STF
Sem base no Congresso Nacional, governo Lula entrega comando do país ao Supremo. E mais: Poderes trocados e a persistência do patrimonialismo

A oposição se acostumou a travar suas batalhas no Supremo Tribunal Federal (STF) no período pós-redemocratização no Brasil. O STF era a única arena em que havia alguma possibilidade de vitória, diante de governos musculosos que controlavam o Congresso Nacional ao dividir poder e verbas.
Essa lógica de relativa harmonia entre Executivo e Legislativo foi desafiada em alguns momentos, como nos processos de impeachment de Fernando Collor de Mello e Dilma Rousseff, e no escândalo do mensalão, mas nada se compara ao que ocorre no terceiro mandato de Lula.
O Congresso vem adquirindo vontade própria desde o governo Dilma, e se emancipou no governo Jair Bolsonaro, com a criação do orçamento secreto, que deu autonomia aos parlamentares. O governo Lula resolveu que não iria se submeter a essa lógica.
Com a costumeira resistência a dividir poder e enfrentando uma oposição numerosa e barulhenta, os petistas optaram por desafiar o espaço conquistado pelo Congresso, e o fazem se pendurando no STF. Agora, são os governistas que precisam recorrer ao Supremo em busca de vitórias, diz Rodolfo Borges em "Pendurado no STF", a reportagem de capa da edição desta semana de Crusoé.
Outros destaques de Crusoé
Em "Poderes trocados", Wilson Lima revela que enquanto o STF atua politicamente, o Congresso Nacional tenta definir o Orçamento, e o Executivo assiste impotente.
Também nesta edição, Guilherme Resck mostra em "A persistência do patrimonialismo" como casos de uso de recurso público para benefício pessoal não param de surgir no Brasil e se disseminam pelos Três Poderes.
Colunistas
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Nesta edição, escrevem Leonardo Barreto (O Lula velho e o velho Lula), Dennys Xavier (O silêncio como projeto), Jerônimo Teixeira (O paradoxo do turista), Josias Teófilo (A tentação do realismo), Gustavo Nogy (As urgências da memória) e Rodolfo Borges (O bandeirinha cordial).
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