Até o vice-presidente do PSDB está indo para o PSD
Tucanos já perderam dois governadores para o partido de Kassab, e outra liderança histórica em São Paulo vai embora quando o partido tenta se reerguer

Enquanto o PSDB tenta firmar acordos com outros partidos para sobreviver, a debandada para o PSD de Gilberto Kassab não para. E desta vez quem está saindo é um dirigente da cúpula de um partido que já governou o Brasil e reinava em São Paulo.
Ex-prefeito de Ribeirão Preto e tucano há 26 anos, Duarte Nogueira (foto) informou na segunda-feira, 23, ao presidente nacional do PSDB, Marconi Perillo, que está deixando o partido. Nogueira ocupava a segunda vice-presidência nacional do PSDB.
Nogueira disse à Folha de S.Paulo que "pela forma como minha base eleitoral se comportou nos últimos anos, achei que o PSD é o melhor caminho para mim". E ele está longe de ser o único tucano que acha isso.
Encolhendo
O PSDB elegeu 173 prefeitos em São Paulo em 2020, mas, antes da eleição de 2024, já tinha perdido 72, 54 deles para o PSD. Já o partido de Kassab foi o grande vencedor das municipais do ano passado, com 877 prefeitos eleitos em todo o país.
Em São Paulo, que os tucanos governaram por décadas, o PSDB conseguiu apenas 21 prefeituras em 2024, enquanto o PSD conseguiu o comando de 206 dos 645 municípios, quase um terço.
O PSDB também perdeu recentemente os governadores de Pernambuco, Raquel Lyra, e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, para o PSD.
A saída de Leite foi mais dolorosa, porque ele era cotado para disputar a Presidência da República pelo partido em 2026, como disse a Crusoé em abril Perillo.
Fusão
Agora, o partido tenta firmar parceria com alguma outra legenda, para não definhar totalmente.
Uma fusão com o Podemos chegou a ser anunciada, mas, uma semana após o acordo, os partidos suspenderam as conversas, "por conta de divergências relacionadas ao comando da nova legenda", como descreveu Perillo.
Pesou na decisão do PSDB a falta de acordo sobre o tempo de mandato da cúpula partidária.
Pela proposta do Podemos, haveria uma alternância de poder entre integrantes do PSDB e do Podemos a cada quatro anos; os tucanos tinham outra proposta: na transição, trocar de comando a cada seis meses; depois disso, a alteração seria anual.
Ciro volta?
Em meio às debandadas, o ex-governador do Ceará Ciro Gomes apareceu como alternativa para fortalecer a legenda.
Atualmente, o PSDB conta com uma bancada de 13 deputados federais e três senadores.
Além disso, sobrou apenas um dos três governadores eleitos pelo partido em 2022, Eduardo Riedel, do Mato Grosso do Sul.
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Comentários (2)
MARCOS
2025-06-24 18:48:27já era para er acabado.
Luiz Filho
2025-06-24 16:58:16Um partido que foi oposição covarde, pusilânime. Um partido que depois de flagrado na lava jato, foi ajudado pelo “causídico foda” que aproveitou e acabou com a operação, soltou luladrão e hoje declara, em alto e bom som, muito orgulhoso de ter eleito o ex presidiário descondenado. E ainda elogia o regime democrático chinês