Crusoé
20.12.2025 Fazer Login Assinar
Crusoé
Crusoé
Fazer Login
  • Acervo
  • Edição diária
Edição Semanal
Pesquisar
crusoe

X

  • Olá! Fazer login
Pesquisar
  • Acervo
  • Edição diária
  • Edição Semanal
    • Entrevistas
    • O Caminho do Dinheiro
    • Ilha de Cultura
    • Leitura de Jogo
    • Crônica
    • Colunistas
    • Assine já
      • Princípios editoriais
      • Central de ajuda ao assinante
      • Política de privacidade
      • Termos de uso
      • Política de Cookies
      • Código de conduta
      • Política de compliance
      • Baixe o APP Crusoé
    E siga a Crusoé nas redes
    Facebook Twitter Instagram
    Edição Semana 339

    O fetiche das referências

    Um filme que dialoga com outras obras pode ser ruim, como é o caso de "A Substância"

    avatar
    Josias Teófilo
    3 minutos de leitura 01.11.2024 03:30 comentários 3
    Cena de "A Substância". Foto: Divulgação
    • Whastapp
    • Facebook
    • Twitter
    • COMPARTILHAR

    Vi lá na rede X um compilado das referências do filme A Substância, da diretora Coralie Fargeat, lançado recentemente. Estavam ali comparações com filmes de Hitchcock (Psicose), Kubrick (O Iluminado), Cronenberg (A Mosca), De Palma (Carrie, a estranha).

    A quantidade de referências foi vista como um atestado de qualidade. Um filme que dialoga com filmes tão bons só poderia ser bom. É um erro pensar assim.

    A tendência autorreferente do cinema tem se tornado um vício. Um filme não pode ser um quebra-cabeça com elementos de outros filmes, ainda mais filmes já tão imitados.

    Evidentemente, ninguém cria do zero uma obra de arte. A formação intelectual, as referências artísticas, o percurso biográfico, e até incidentes banais da vida cotidiana, podem servir de material para a criação artística.

    Mas o exagero na reprodução de referências de outros filmes indica uma obra de segunda mão.

    Consigo localizar de onde vem o fetiche das referências: Quentin Tarantino, talvez o cineasta mais influente da nossa geração. Popularizou-se a comparação dos filmes de Tarantino com os de suas referências cinematográficas, como Sergio Leone, Federico Fellini, Sam Peckinpah etc. Referências bastante explícitas, muitas cenas são semelhantes.

    Mas Tarantino é bem diferente do cinema de matriz universitária inspirado em referências tiradas do Tik Tok (leia o artigo O cinema e a concorrência da internet) que tem ocupado as salas e os festivais nos últimos anos.

    Tarantino faz um cinema bastante original. As referências dialogam entre si, trazendo gêneros desconhecidos do grande público, usando fatos históricos e os integrando na narrativa dos seus filmes.

    No final das contas, Tarantino consegue fazer um filme tão relevante quanto o dos seus mestres. Era uma vez em Holywood é um bom exemplo: tem a crueza de um Sam Peckinpah, tem a reelaboração de fatos históricos e o uso de figuras históricas de Holywood (como Natalie Wood).

    A série Sopranos dá outro bom exemplo de uso criativo de referências. A obra incorpora elementos de vários filmes de máfia, inclcluindo os atores que participaram desses filmes. Mas não chega a ser um pastiche, uma vez que retrabalha esses elementos em outro contexto. Isso até mesmo causou estranhamento a Martin Scorsese: coloca a máfia num ambiente de subúrbio, em vez das grandes cidades.

    Já, filmes como A Substância parecem conchas de retalhos.

    Já vi gente de cinema dividir o mundo entre os diretores que têm referências, como uma qualidade, e os que não têm referências, como um defeito – as referências citadas são apenas cinematográficas, evidentemente.

    Para mim é o oposto. Prefiro cineastas sem referências diretas, ou que não expõem de modo óbvio suas referências, como Julien Duvivier, Marcel Carné, John Ford, John Cassavetes. Os filmes deles são puros, criados integralmente do zero, como um escultor tira uma obra do mármore bruto.

    Eles são minhas referências. O escultor Auguste Rodin fez a síntese necessária sobre o tema no livro As catedrais da França: "Não é procurando roubar o segredo pessoal do seu gênio que alcançamos os mestres; é estudando, como eles, a natureza."

    Josias Teófilo é cineasta, escritor e jornalista

    As opiniões emitidas pelos colunistas não necessariamente refletem as opiniões de O Antagonista e Crusoé

    Diários

    Putin quer tudo, menos a paz

    João Pedro Farah Visualizar

    O melhor (e o pior) prefeito de capital, segundo a AtlasIntel

    Redação Crusoé Visualizar

    Sóstenes declarou R$ 4,9 mil em bens na última eleição

    Redação Crusoé Visualizar

    O "lapso" de Sóstenes sobre R$ 400 mil

    Redação Crusoé Visualizar

    Deputado aciona MPF após mesquita em SP homenagear terrorista do Hezbollah

    Guilherme Resck Visualizar

    China e Rússia não movem uma palha por Maduro

    José Inácio Pilar Visualizar

    Mais Lidas

    Ameaça de guerra e inflação de 500% marcam a Venezuela hoje

    Ameaça de guerra e inflação de 500% marcam a Venezuela hoje

    Visualizar notícia
    Bloqueio ao petróleo trará perdas bilionárias à Venezuela

    Bloqueio ao petróleo trará perdas bilionárias à Venezuela

    Visualizar notícia
    Como os brasileiros veem a atuação de Lula contra a Magnitsky

    Como os brasileiros veem a atuação de Lula contra a Magnitsky

    Visualizar notícia
    Ditadura de Maduro condena adolescente a dez anos de prisão

    Ditadura de Maduro condena adolescente a dez anos de prisão

    Visualizar notícia
    Ford amarga prejuizo bilionário e corta investimentos em elétricos

    Ford amarga prejuizo bilionário e corta investimentos em elétricos

    Visualizar notícia
    Frei Chico? Não, é Lulinha que pode incendiar CPMI do INSS

    Frei Chico? Não, é Lulinha que pode incendiar CPMI do INSS

    Visualizar notícia
    Maduro convoca militares da Colômbia contra EUA

    Maduro convoca militares da Colômbia contra EUA

    Visualizar notícia
    Mesquita em São Paulo homenageia terrorista do Hezbollah

    Mesquita em São Paulo homenageia terrorista do Hezbollah

    Visualizar notícia
    "Não podemos cair nessa armadilha", diz Janaina sobre Flávio

    "Não podemos cair nessa armadilha", diz Janaina sobre Flávio

    Visualizar notícia
    Os estados onde Tarcísio aparece bem melhor que Flávio

    Os estados onde Tarcísio aparece bem melhor que Flávio

    Visualizar notícia

    Tags relacionadas

    cinema

    Quentin Tarantino

    < Notícia Anterior

    Esquerda apagada

    25.10.2024 00:00 | 4 minutos de leitura
    Visualizar
    Próxima notícia >

    Ninguém larga a emenda de ninguém

    08.11.2024 00:00 | 4 minutos de leitura
    Visualizar
    author

    Josias Teófilo

    Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.

    Comentários (3)

    Glecy Bragazzi Borja

    2024-11-07 17:18:50

    Josias Teófilo, você é curto, objetivo e certeiro em seus artigos. Adorei este sobre cineastas! Sempre leio seus artigos. Tarantino é meu preferido, adoro seus filmes. Adoro cinema! Frase "chavão" mas que traduz meu sentimento em relação a essa Arte. Obrigada por escrever algo que me identifiquei muito.


    Marcia Elizabeth Brunetti

    2024-11-03 08:41:25

    Entendo que a saturação de propostas está tornando a criatividade um desafio quase instransponível.


    Albino

    2024-11-01 08:07:29

    Brilhante!


    Torne-se um assinante para comentar

    Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.

    Comentários (3)

    Glecy Bragazzi Borja

    2024-11-07 17:18:50

    Josias Teófilo, você é curto, objetivo e certeiro em seus artigos. Adorei este sobre cineastas! Sempre leio seus artigos. Tarantino é meu preferido, adoro seus filmes. Adoro cinema! Frase "chavão" mas que traduz meu sentimento em relação a essa Arte. Obrigada por escrever algo que me identifiquei muito.


    Marcia Elizabeth Brunetti

    2024-11-03 08:41:25

    Entendo que a saturação de propostas está tornando a criatividade um desafio quase instransponível.


    Albino

    2024-11-01 08:07:29

    Brilhante!



    Notícias relacionadas

    Ninguém pode ler duas vezes o mesmo livro

    Ninguém pode ler duas vezes o mesmo livro

    Gustavo Nogy
    19.12.2025 03:30 4 minutos de leitura
    Visualizar notícia
    O "skándalon" necessário

    O "skándalon" necessário

    Dennys Xavier
    19.12.2025 03:30 7 minutos de leitura
    Visualizar notícia
    Música humana e música inumana

    Música humana e música inumana

    Josias Teófilo
    12.12.2025 03:30 5 minutos de leitura
    Visualizar notícia
    Mainardi não vai para o céu

    Mainardi não vai para o céu

    Gustavo Nogy
    12.12.2025 03:30 3 minutos de leitura
    Visualizar notícia
    Crusoé
    o antagonista
    Facebook Twitter Instagram

    Acervo Edição diária Edição Semanal

    Redação SP

    Av Paulista, 777 4º andar cj 41
    Bela Vista, São Paulo-SP
    CEP: 01311-914

    Acervo Edição diária

    Edição Semanal

    Facebook Twitter Instagram

    Assine nossa newsletter

    Inscreva-se e receba o conteúdo de Crusoé em primeira mão

    Crusoé, 2025,
    Todos os direitos reservados
    Com inteligência e tecnologia:
    Object1ve - Marketing Solution
    Quem somos Princípios Editoriais Assine Política de privacidade Termos de uso