Furacão Milton é rebaixado a categoria 4, mas segue "perigoso"
Governo dos EUA declara estado de emergência enquanto o furacão Milton; expectativa é que tempestade atinja milhões na Flórida a partir desta quinta, 10 de outubro
Previsto para atingir o estado americano da Flórida pelas primeiras horas de quinta-feira, 10 de outubro, o Furacão Milton foi rebaixado à categoria 4 na manhã desta quarta, 9, pelo Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos.
O motivo foi a desaceleração da ventania causada pelo furacão. Os ventos, que chegaram a velocidade de 180 milhas por hora na segunda, 7, caíram a 155. A medida é apenas uma milha por hora abaixo do limite para a categoria 5, a maior de todas.
Ainda assim, o serviço meteorológico americano continua a descrever Milton como um "furacão grande e perigoso".
“As flutuações na intensidade são prováveis enquanto Milton se move através do leste do Golfo do México, mas espera-se que Milton seja um grande furacão perigoso quando atingir a costa centro-oeste da Flórida”, disse o Centro Nacional de Furacões.
Furação se aproxima da Flórida
O furacão Milton ganhou força de maneira “explosiva” nesta segunda-feira, 7, surpreendendo meteorologistas e o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC). Em apenas quatro horas, o fenômeno avançou da categoria 2 para a 5, o nível máximo na escala de intensidade de furacões. Esse crescimento rápido levou as autoridades a emitir alertas de evacuação em diversas áreas da Flórida.
Apesar de ter perdido parte de sua força na manhã desta terça-feira, 8, retrocedendo para a categoria 4, o Milton ainda representa uma grave ameaça. Especialistas do NHC alertam que o furacão mantém "alto potencial destrutivo" e deve atingir o estado na quarta-feira , 9, apenas dias após a passagem devastadora do furacão Helene, que causou inundações e mortes na costa.
Evacuação em massa e fechamento de portos
O governo da Flórida está realizando a maior operação de evacuação dos últimos oito anos. Desde o furacão Irma, em 2017, não se via uma mobilização tão intensa. Portos foram fechados e milhares de moradores estão deixando as áreas mais vulneráveis. Na cidade de Tampa, com mais de 3,3 milhões de habitantes, longos congestionamentos foram registrados nas principais rodovias enquanto os cidadãos tentam fugir da trajetória do furacão.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, cancelou uma viagem oficial à Ásia para monitorar de perto a evolução da tempestade e coordenar os esforços de resposta. Ele também declarou estado de emergência na Flórida, garantindo apoio federal para as operações de evacuação e resgate.
Risco de impacto em Tampa
A previsão atual é que o furacão Milton atinja diretamente a área metropolitana de Tampa, uma das mais densamente povoadas da Flórida, o que aumenta as preocupações com o impacto devastador que ele pode causar. Mesmo que o fenômeno enfraqueça ligeiramente ao tocar o solo, estima-se que chegue à região como uma tempestade de categoria 3, o que ainda seria extremamente perigoso.
O último furacão a atingir a região diretamente foi em 1921, o que torna este evento ainda mais preocupante para as autoridades locais. A costa da Baía de Tampa, particularmente vulnerável a ressacas, pode sofrer com inundações significativas, com previsão de ondas de até 3,6 metros de altura. Essa ressaca é o dobro da registrada durante a passagem de Helene, o que pode agravar ainda mais os danos.
Causas da rápida intensificação
O furacão Milton se destacou pela sua intensificação recorde. Em apenas 24 horas, ele passou de uma tempestade tropical para um furacão de categoria 5. Segundo especialistas, essa evolução foi impulsionada por um fenômeno chamado "olho de alfinete", um tipo de olho pequeno e compacto que pode resultar em ventos extremamente fortes. Além disso, as águas quentes do Golfo do México forneceram o combustível necessário para que o furacão ganhasse ainda mais força.
A cientista de furacões Kristen Corbosiero, da Universidade de Albany, explicou que o calor excepcional no Golfo do México foi um fator crucial para a explosão de Milton. Ela também alertou que, mesmo com a previsão de enfraquecimento ao tocar o solo, o furacão ainda pode causar destruição significativa em toda a região da Flórida.
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