Crusoé
21.08.2025 Fazer Login Assinar
Crusoé
Crusoé
Fazer Login
  • Acervo
  • Edição diária
Edição Semanal
Pesquisar
crusoe

X

  • Olá! Fazer login
Pesquisar
  • Acervo
  • Edição diária
  • Edição Semanal
    • Entrevistas
    • O Caminho do Dinheiro
    • Ilha de Cultura
    • Leitura de Jogo
    • Crônica
    • Colunistas
    • Assine já
      • Princípios editoriais
      • Central de ajuda ao assinante
      • Política de privacidade
      • Termos de uso
      • Política de Cookies
      • Código de conduta
      • Política de compliance
      • Baixe o APP Crusoé
    E siga a Crusoé nas redes
    Facebook Twitter Instagram
    Edição Semana 335

    Um palco para a enganação

    Theatro Municipal de São Paulo engana o público com dinheiro público

    avatar
    Josias Teófilo
    4 minutos de leitura 04.10.2024 03:30 comentários 3
    Nabucco, de Verdi, no Theatro Municipal. Foto: Divulgação
    • Whastapp
    • Facebook
    • Twitter
    • COMPARTILHAR

    Já há três meses estavam esgotados os ingressos no Theatro Municipal de São Paulo para a ópera Nabucco, de Giuseppe Verdi. Mas quem foi ver a ópera encontrou algo diferente do anunciado.

    De cara, chama atenção o “cenário”, com um grande espelho móvel que de início reflete o maestro no fosso da orquestra, e um grande tecido drapeado que é incorporado ao vestido da protagonista ao centro de um tablado de madeira.

    O espelho se divide em partes, e se move durante todo o espetáculo. Também serve como tela de projeção, onde filmagens feitas ao vivo são reproduzidas – closes dos protagonistas cantando, múltiplas imagens sobrepostas, e até imagens feitas pelos cantores segurando a câmera enquanto cantam (o que é algo bem esquisito, para dizer o mínimo).

    Tantos elementos precisavam ser harmonizados em função do enredo da ópera. Só que isso não aconteceu. Na verdade, a montagem é altamente dispersiva: vemos, por vezes, no palco ao mesmo tempo, o coro, os cantores, a projeção da imagem dos cantores, o reflexo do coro no espelho – é informação demais para assimilar, informação que não tem função dramática.

    Mas o pior ainda está por vir: a diretora Christiane Jatahy cortou cenas inteiras da ópera, como a cena da aliança de Zaccaria com Nabucco, todo o trecho inicial da primeira parte do terceiro ato, e ainda fez acréscimos: uma peça musical não composta por Verdi foi acrescentada ao final, escrita recentemente por Antonino Fogliani. No final, foi acrescentado também uma repetição do famoso coro “Va’, pensiero” a capela, com o coro posicionado na plateia.

    Todas essas alterações tem uma função clara: a politização do enredo da ópera e tentativa de atualização para os dias atuais. O que, aliás, é uma tentativa fadada ao fracasso: trazer a história do rei Nabucodonosor II da Babilônia para o ano de 2024 não tinha a menor chance de dar certo.

    O coro estava vestido com roupa atual, pareciam ter entrado no teatro com a mesma roupa que vieram do metrô, e o enfoque racial e identitário se revelava a todo momento, nos closes e na falas, chegando ao ponto de um integrante do coro gritar “Palestina livre”.

    No camarote ao lado do meu, especificamente o camarote da Prefeitura de São Paulo, uma mulher não parava de falar. Pedi silêncio várias vezes. Depois notei: era a diretora da ópera, Christiane Jatahy, que aparentemente não respeita nem o próprio trabalho. Na música lírica não há amplificação do som, é tudo acústico. E os cantores e músicos estão distante do público, no palco. Qualquer barulho atrapalha. Se a produção do teatro não der o exemplo, imagina o barulho que não podem fazer os 1.523 espectadores que cabem naquele lugar. E com efeito, a plateia estava mais barulhenta do que o normal, uma mulher abriu uma latinha de coca-cola no meio de uma ária, outras pessoas falavam, e ainda tinha o entra-e-sai no camarote da prefeitura.

    Não é à toa que ao final da ópera (no dia que fui) parte do público vaiou, e outra parte do público aplaudiu sem entusiasmo – o que não corresponde a uma ópera que estava com ingressos esgotados há três meses (com ingressos que custam até 200 reais). É que as pessoas foram ver a obra de Giuseppe Verdi, e não a peça mutilada e pessimamente dirigida por Christiane Jatahy, que usa do espaço prestigiado do teatro para fazer militância política identitária.

    Infelizmente, esse caso não é isolado na atual gestão do Theatro Municipal, esse tem sido o procedimento padrão nas montagens: desde a vergonhosa e também alterada versão de O Guarani, de Carlos Gomes. Acontece que o teatro não se dá nem ao trabalho de informar que é uma versão alterada da ópera, no site está escrito apenas: “Ópera em quatro atos de Giuseppe Verdi, com libreto de Temistocle Solera”, o mesmo em relação ao Guarani. Se informasse, o público seria consideravelmente menor.

    O Theatro Municipal de São Paulo tem usado dinheiro público para enganar o público – o objetivo é apenas sustentar uma agenda política identitária. E não é pouco dinheiro: a Fundação Theatro Municipal de São Paulo recebeu da Prefeitura em 2024 146 milhões de reais.

    Josias Teófilo é escritor, fotógrafo e cineasta

    As opiniões emitidas pelos colunistas não necessariamente refletem as de O Antagonista e Crusoé

    Diários

    O que o relatório da PF diz sobre ministros do STF

    Duda Teixeira Visualizar

    EUA e Venezuela: tensão militar preocupa o Brasil

    José Inácio Pilar Visualizar

    Embaixada dos EUA emite alerta para "sérios riscos" na Venezuela

    Redação Crusoé Visualizar

    O saldo do aumento do IOF para o governo Lula

    Redação Crusoé Visualizar

    "Moraes é verdadeiramente 'O Rei Louco'", diz conselheiro de Trump

    Redação Crusoé Visualizar

    Desacoplamento entre direita e bolsonarismo pode ter chegado

    Leonardo Barreto Visualizar

    Mais Lidas

    A torcida pelo impeachment

    A torcida pelo impeachment

    Visualizar notícia
    China cria réplica de porta-aviões americano no deserto

    China cria réplica de porta-aviões americano no deserto

    Visualizar notícia
    Desacoplamento entre direita e bolsonarismo pode ter chegado

    Desacoplamento entre direita e bolsonarismo pode ter chegado

    Visualizar notícia
    Embaixada dos EUA emite alerta para "sérios riscos" na Venezuela

    Embaixada dos EUA emite alerta para "sérios riscos" na Venezuela

    Visualizar notícia
    EUA e Venezuela: tensão militar preocupa o Brasil

    EUA e Venezuela: tensão militar preocupa o Brasil

    Visualizar notícia
    Lula está nas mãos de líderes que não lideram

    Lula está nas mãos de líderes que não lideram

    Visualizar notícia
    Mensagens mostram preocupação de Eduardo com Tarcísio

    Mensagens mostram preocupação de Eduardo com Tarcísio

    Visualizar notícia
    "Moraes é verdadeiramente 'O Rei Louco'", diz conselheiro de Trump

    "Moraes é verdadeiramente 'O Rei Louco'", diz conselheiro de Trump

    Visualizar notícia
    O aumento da pressão americana contra a narcoditadura de Maduro

    O aumento da pressão americana contra a narcoditadura de Maduro

    Visualizar notícia
    O que milicianos de Maduro farão contra os EUA?

    O que milicianos de Maduro farão contra os EUA?

    Visualizar notícia

    Tags relacionadas

    teatro

    < Notícia Anterior

    O Oito de Janeiro da UERJ

    27.09.2024 00:00 | 4 minutos de leitura
    Visualizar
    Próxima notícia >

    Um país em busca de novos líderes

    11.10.2024 00:00 | 4 minutos de leitura
    Visualizar
    author

    Josias Teófilo

    Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.

    Comentários (3)

    Carlos Renato Cardoso Da Costa

    2024-10-07 17:46:59

    A adaptação de obras clássicas para "audiências modernas" é, na verdade a audiência de 1, o autor militante. Tal como muito bem dito, se houvesse honestidade no anúncio do conteúdo da ópera, no teatro estariam os artistas, a autora idiota, meia dúzia de bocós e moscas a valer.


    Luis

    2024-10-05 08:36:36

    Imensa falta de respeito


    Marcelo Tolaine Paffetti

    2024-10-04 16:58:03

    Que b... kkkkk


    Torne-se um assinante para comentar

    Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.

    Comentários (3)

    Carlos Renato Cardoso Da Costa

    2024-10-07 17:46:59

    A adaptação de obras clássicas para "audiências modernas" é, na verdade a audiência de 1, o autor militante. Tal como muito bem dito, se houvesse honestidade no anúncio do conteúdo da ópera, no teatro estariam os artistas, a autora idiota, meia dúzia de bocós e moscas a valer.


    Luis

    2024-10-05 08:36:36

    Imensa falta de respeito


    Marcelo Tolaine Paffetti

    2024-10-04 16:58:03

    Que b... kkkkk



    Notícias relacionadas

    Um fantástico anonimato

    Um fantástico anonimato

    Gustavo Nogy
    15.08.2025 03:30 3 minutos de leitura
    Visualizar notícia
    Conversando com o diabo

    Conversando com o diabo

    Leonardo Barreto
    15.08.2025 03:30 3 minutos de leitura
    Visualizar notícia
    A era da pós-hipocrisia

    A era da pós-hipocrisia

    Jerônimo Teixeira
    15.08.2025 03:30 6 minutos de leitura
    Visualizar notícia
    Cidades futuras brasileiras

    Cidades futuras brasileiras

    Josias Teófilo
    15.08.2025 03:30 4 minutos de leitura
    Visualizar notícia
    Crusoé
    o antagonista
    Facebook Twitter Instagram

    Acervo Edição diária Edição Semanal

    Redação SP

    Av Paulista, 777 4º andar cj 41
    Bela Vista, São Paulo-SP
    CEP: 01311-914

    Redação Brasília

    SAFS Quadra 02, Bloco 1,
    Ed. Alvoran Asa Sul. — Brasília (DF).
    CEP 70070-600

    Acervo Edição diária

    Edição Semanal

    Facebook Twitter Instagram

    Assine nossa newsletter

    Inscreva-se e receba o conteúdo de Crusoé em primeira mão

    Crusoé, 2025,
    Todos os direitos reservados
    Com inteligência e tecnologia:
    Object1ve - Marketing Solution
    Princípios Editoriais Assine Política de privacidade Termos de uso