Crusoé 334: Jogadas duvidosas
Celebridades encrencadas e endividamento aumentam temor sobre popularização das apostas
Quem é contra a liberação dos jogos de azar no Brasil ganhou suporte para a sua causa nas últimas semanas. Duas celebridades, o sertanejo Gusttavo Lima e a influenciadora Deolane Bezerra, tornaram-se suspeitas de envolvimento em esquemas criminosos conectados a bets, as empresas de apostas online. Tanto Gusttavo quanto Deolane teriam ajudado o dono da Esporte da Sorte, Darwin Henrique da Silva Filho, a lavar dinheiro. O negócio de apostas legais também seria utilizado para disfarçar recursos oriundos do jogo do bicho.
Juntamente com os episódios policiais, números da economia serviram de munição aos inimigos dos jogos de azar. O Banco Central divulgou na terça-feira, 24, um levantamento requisitado pelo senador Omar Aziz (PSD-AM). Ele mostrou que os brasileiros têm gasto entre 18 bilhões de reais e 21 bilhões de reais por mês em apostas digitais – contra 25 bilhões de reais por ano direcionados às loterias estatais. Entre os apostadores encontravam-se, no mês de agosto, 5 milhões de beneficiários do Bolsa Família. Eles lançaram 3 bilhões de reais no jogo.
O debate sobre jogos opõe dois grupos com arsenais bem conhecidos de argumentos. Os que defendem a liberação dizem que é preciso respeitar a autonomia de adultos que desejam jogar; que é melhor cobrar impostos da atividade do que deixá-la prosperar na clandestinidade; que uma regulamentação cuidadosa pode controlar problemas como a lavagem de dinheiro ou o comportamento compulsivo de alguns apostadores.
Os que acreditam na necessidade da proibição alegam que nenhuma regulamentação é capaz de deter os efeitos nocivos da jogatina e que nenhuma arrecadação de impostos compensa as vidas e famílias arruinadas pelo vício ou pelo endividamento, diz a reportagem de capa da nova edição de Crusoé, assinada por Carlos Graieb e Wilson Lima.
Outros destaques em Crusoé
A reportagem "O Oito de Janeiro da UERJ", assinada por Alexandre Borges, mostra que por trás da confusão na Universidade Estadual do Rio de Janeiro, há uma briga intestina e fratricida de facções da esquerda.
A matéria "Oportunismo irresponsável", de Duda Teixeira, conta que Lula tenta posar de democrata e promotor da paz na ONU, mas é criticado por apoiar ditaduras e usar a guerra em proveito pessoal.
Em "A maldição do Hezbollah", Duda Teixeira revela que não há maior empecilho para o desenvolvimento de uma sociedade que ter um grupo terrorista no poder.
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