Europa anuncia empréstimo no valor de 211 bilhões de reais à Ucrânia
Diplomatas da União Europeia afirmaram que o empréstimo será parcelado, com o primeiro pagamento em julho de 2025
A União Europeia anunciou, nesta sexta-feira, 20 de setembro, um empréstimo à Ucrânia no valor de até 35 bilhões de euros, ou pouco mais de 210 bilhões de reais.
"Fico feliz em anunciar que a Comissão adotou as propostas que permitirão à União Europeia emprestar € 35 bilhões à Ucrânia. É um grande passo adiante", disse a presidente da Comissão Europeia, braço Executivo do bloco europeu, a alemã Ursula von der Leyen (foto).
Ela deu a declaração em coletiva de imprensa ao lado do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky (foto).
Diplomatas da União Europeia afirmaram que o empréstimo será parcelado, com o primeiro pagamento em julho de 2025.
O dinheiro vem dos lucros retidos de empresas russas sancionadas no Ocidente.
Zelensky pede mais armas à Otan
Reunido na Alemanha com os seus aliados em 6 de setembro, Volodymyr Zelensky pediu “mais armas” e autorização para usar mísseis de longo alcance para atacar a Rússia num momento em que Moscou avança na frente oriental.
“Precisamos de mais armas para repelir as forças russas do nosso país, especialmente na região de Donetsk”, no leste, disse o líder ucraniano na reunião de apoiadores internacionais de Kiev na base aérea americana de Ramstein, no oeste da Alemanha.
“O mundo tem sistemas de defesa aérea suficientes para garantir que o terror russo não tenha resultados”, acrescentou. Moscou, por sua vez, aumenta os seus bombardeamentos mortíferos, como recentemente o fez contra um instituto militar em Poltava, no centro da Ucrânia, deixando pelo menos 55 mortos.
Zelensky reiterou a sua solicitação de poder usar armas de longo alcance fornecidas pelos seus parceiros “não apenas no território ocupado da Ucrânia, mas também em território russo”.
Os seus aliados, incluindo os seus dois principais fornecedores, os Estados Unidos e a Alemanha, deram a sua aprovação para atacar, sob certas condições, com as suas armas, alvos em solo russo, mas mostram-se relutantes em generalizá-lo por receio de uma escalada com Moscou, que costuma reiterar a ameaça nuclear.
Questionado em Ramstein, o ministro da Defesa alemão, Boris Pistorius, afirmou que a posição de Berlim a este respeito permanece inalterada.
Zelensky continuará a defender o seu caso esta sexta-feira, 6 de setembro, durante uma reunião com o chanceler alemão Olaf Scholz em Frankfurt, não muito longe de Ramstein. Em seguida, viajará para Itália para um fórum econômico onde se encontrará com a primeira-ministra Giorgia Meloni.
Novas ajudas para Ucrânia em dificuldades
Dois anos e meio depois do lançamento da invasão russa, a Ucrânia está em dificuldades: a sua ofensiva iniciada no início de Agosto em território russo, na região de Kursk, não ajudou a travar o avanço de Moscou em outras áreas.
“Moscou continua a sua ofensiva no leste da Ucrânia, particularmente em torno de Pokrovsk. E o Kremlin continua a bombardear cidades ucranianas e a atacar civis ucranianos”, disse o Secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, que anunciou 250 milhões de dólares em nova ajuda militar.
O governo britânico também anunciou esta sexta-feira, 6, um contrato de 192 milhões de euros para 650 mísseis multifuncionais leves de curto alcance, que podem ser disparados a partir de uma variedade de plataformas terrestres, marítimas e aéreas.
O ministro da Defesa alemão tornou público o envio de doze obuseiros Tipo 2000, seis dos quais este ano e os restantes em 2025, no valor de 150 milhões de euros.
Um “apoio vital”
“A Ucrânia precisa de maior apoio militar”, declarou o secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, em Oslo, apelando a “todos os aliados para que continuem o seu apoio vital, particularmente nesta fase difícil da guerra”.
Embora reafirmem regularmente a sua solidariedade inabalável, muitos governos enfrentam opiniões públicas divididas à medida que a guerra se arrasta. É o caso da Alemanha.
No seu projeto de orçamento para 2025, Berlim já planejou uma redução significativa da ajuda à Ucrânia, de cerca de oito para cerca de quatro bilhões de euros.
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