Marina atribui queimadas a "terrorismo climático"
Para a ministra do Meio Ambiente, há "uma aliança criminosa entre ideologias políticas" que tentam negar a mudança climática e as queimadas cometidas em várias regiões brasileiras
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou nesta terça-feira, 17, que o aumento das queimadas no país é impulsionado por uma espécie de "terrorismo climático" que agrava o problema da seca no país.
Em entrevista ao programa Bom dia, Ministro, do CanalGov, Marina disse haver "uma aliança criminosa entre ideologias políticas" que tentam negar a mudança climática e as queimadas cometidas em várias regiões brasileiras.
"O certo é que temos tido crédito extraordinário para dar mais suporte as ações do governo federal para que a gente possa fazer frente a uma situação terrível que é essa aliança criminosa entre ideologias políticas, que querem negar essa questão da mudança do clima, e o crime que está sendo cometido de forma contumaz em várias regiões do país", afirmou.
"Essa seca está acontecendo em vários lugares do mundo, Bolívia, Peru, Paraguai, em outras partes do mundo também temos incêndios. A diferença é que aqui no Brasil temos essa aliança criminosa de uma espécie de terrorismo climático onde as pessoas estão usando a mudança do clima para agravar mais ainda o problema. É um crime contra o interesse público, contra a finança pública, é um crime que deve ter com certeza a pena agravada", acrescentou.
Marina reconheceu que as medidas adotadas para combate às chamas são insuficientes e defendeu uma ação coordenada entre governo federal, estados e municípios para conter a crise climática
"É preciso que haja uma ação coordenada o mais rápido possível e estamos trabalhando nessa direção. As medidas têm sido suficientes? Ainda não têm sido suficientes. Mas elas estão sendo ajustadas o tempo todo", reforçou a ministra.
Marina deve se explicar ao Congresso novamente
Sob críticas devido ao agravamento das queimadas no Brasil, a ministra Marina Silva deve retornar ao Congresso Nacional para prestar esclarecimentos.
Desta vez, sua ida está sendo negociada com a Comissão do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, da Câmara dos Deputados.
Recentemente, ela participou de audiência no Senado Federal para tratar do mesmo assunto.
Queimadas "do amor" nas florestas
Dados da plataforma Monitor do Fogo, do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) e da rede MapBiomas, divulgados na quinta, 12, mostram que a área de floresta nativa queimada na Amazônia cresceu 132% em agosto de 2024 frente ao mesmo período de 2023, o equivalente a 685.829 hectares de floresta nativa destruídos pelo fogo.
Segundo relatório, um terço da área atingida é composta por vegetação nativa, ou seja, que não foi desmatada para o plantio ou criação de gado.
Em 2019, 12% da área afetada pelas queimadas tinha vegetação nativa. Em 2024, o percentual subiu para de 34%.
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