Espião russo que se passou por brasileiro está em troca de prisioneiros entre EUA e Rússia
Um espião russo que se passou por brasileiro está na troca de prisioneiros entre Estados Unidos e Rússia concluída na noite de quinta-feira, 1º de agosto. Trata-se de Mikhail Mikushin (foto), detido em Tromsø, no norte da Noruega, em novembro de 2022. Ele trabalhava na Universidade do Ártico, onde o país faz fronteira com a...
Um espião russo que se passou por brasileiro está na troca de prisioneiros entre Estados Unidos e Rússia concluída na noite de quinta-feira, 1º de agosto.
Trata-se de Mikhail Mikushin (foto), detido em Tromsø, no norte da Noruega, em novembro de 2022. Ele trabalhava na Universidade do Ártico, onde o país faz fronteira com a Rússia.
Segundo as autoridades norueguesas, ele é um coronel do Serviço Federal de Segurança (FSB), a agência de inteligência russa que sucedeu a KGB.
Mikushin entrou na Noruega com um passaporte brasileiro falso no nome de "José de Assis Giammaria", natural de Goiás. Sua certidão de nascimento brasileira falsa foi emitida na cidade goiana de Padre Bernardo.
As autoridades norueguesas afirmam que ele usou a identidade falsa para se infiltrar em universidades no país e também no Canadá.
Repórter americano libertado
O repórter do Wall Street Journal, Evan Gershkovich, e o ex-fuzileiro naval dos EUA, Paul Whelan, estão sendo libertados pela Rússia como parte de uma troca de prisioneiros, relatou a Bloomberg nesta quinta-feira, 1. Gershkovich, que foi condenado por espionagem e estava detido desde março de 2023, está entre os americanos libertados.
A troca de prisioneiros, que envolve vários países, surge após rumores de uma negociação entre Rússia, EUA, Alemanha e Bielorrússia. Até o momento, não houve confirmação oficial dos governos envolvidos. Segundo a Bloomberg, ambos os homens já estão a caminho de locais fora da Rússia.
Esta troca pode incluir outras figuras notáveis da oposição russa, como Vladimir Kara-Murza, Ilya Yashin ou Oleg Orlov, que recentemente foram transferidos para locais desconhecidos.
Evan Gershkovich foi condenado em julho a 16 anos de prisão em uma colônia penal de alta segurança por espionagem. O tribunal russo declarou que as evidências apresentadas foram suficientes para um veredito de culpado, apesar de Gershkovich negar todas as acusações. O julgamento ocorreu a portas fechadas, sem que as evidências fossem divulgadas publicamente.
O sistema judicial russo tem sido frequentemente criticado por servir como uma ferramenta de repressão doméstica sob o governo de Vladimir Putin, com condenações e longas sentenças em casos com motivações políticas. Os promotores alegaram que Gershkovich usou métodos conspiratórios para obter informações secretas sobre uma fábrica de armas russa, acusação que ele, seu empregador e o governo americano negaram veementemente.
Paul Whelan, outro americano detido, é um veterano da Marinha dos EUA preso em 2018 sob acusações de espionagem, que também nega. A detenção de Gershkovich e outros americanos na Rússia levantou temores de que o Kremlin estivesse usando cidadãos americanos como moeda de troca para prisioneiros russos detidos no Ocidente.
A condenação de Gershkovich foi amplamente condenada. A Dow Jones, empresa controladora do The Wall Street Journal, descreveu a sentença como “vergonhosa” e uma “farsa”. O presidente dos EUA, Joe Biden, também criticou a condenação, afirmando que Gershkovich foi injustamente preso e que o governo americano estava pressionando pela sua libertação.
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