Brics a um pezinho do Sudeste Asiático
O governo da Tailândia indicou oficialmente, durante o último fim de semana, a intenção de integrar o Brics, grupo hoje formado por dez nações e originalmente formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Durante um encontro na Rússia, o chanceler tailandês Nikorndej Balankura indicou ter entregue ao chanceler russo Sergey Lavrov a...
O governo da Tailândia indicou oficialmente, durante o último fim de semana, a intenção de integrar o Brics, grupo hoje formado por dez nações e originalmente formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.
Durante um encontro na Rússia, o chanceler tailandês Nikorndej Balankura indicou ter entregue ao chanceler russo Sergey Lavrov a carta do governo de Bangcoc em ingressar no grupo. "Esperamos que os Brics agora considerem o pedido da Tailândia baseado em seus próprios trâmites", escreveu Balankura, em um comunicado ao site Voice of America (VOA).
A ação tailandesa já era esperada desde o final de maio, e coloca o primeiro país do Sudeste Asiático no radar do grupo, nascido como uma alternativa ao G8 no fim dos anos 2000, mas que se tornou um bloco dominado por China e Rússia, duas potências militares com autocracias em seu governo. Dos seus dez membros, apenas Brasil e África do Sul tiveram eleições consideradas limpas e não contestadas internacionalmente.
Uma entrada de um potencial 11º membro na equipe não deve ser deliberada pelos países membros até a próxima reunião do bloco, que ocorrerá na Rússia em outubro. A Tailândia tem de conseguir a aprovação de maneira unânime pelo bloco, o que não é muito difícil de acontecer.
Politicamente falando, a Tailândia deve usar da entrada no bloco para se aproximar da China, seu maior parceiro comercial — e uma potência militar que tenta o domínio do Mar do Sul da China, levando tensão à toda a região. O governo de Bangcoc não deve enxergar, ao entrar no bloco, grandes problemas com os Estados Unidos. O governo de Washington também é um parceiro estratégico do país, mas a entrada no bloco de outros parceiros (como Brasil e Egito) não representou grandes abalos na relação com os americanos.
Mas a democracia tailandesa, com seus próprios problemas, cairá em um grupo dominado por nações autoritárias. Depois da expansão do bloco, no início deste ano, a maior parte dos países é comandado por líderes supremos (Irã), reis (Arábia Saudita) e países com sistemas políticos descentralizados, mas autoritários (Rússia, China) ou potencialmente autoritários.
Leia mais em Crusoé: Brics ampliado nasce com 80% de autocracias
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (0)