E se Trump não pagar o que deve?
Nesta segunda-feira, 25, vence o maior boleto da vida de Donald Trump: o ex-presidente americano tem de pagar 454 milhões de dólares (o equivalente a 2,2 bilhões de reais) por uma condenação sobre fraude fiscal. Um empresário conhecido pela sua avidez no mercado imobiliário, Trump foi condenado em 16 de fevereiro por ser ávido demais...
Nesta segunda-feira, 25, vence o maior boleto da vida de Donald Trump: o ex-presidente americano tem de pagar 454 milhões de dólares (o equivalente a 2,2 bilhões de reais) por uma condenação sobre fraude fiscal. Um empresário conhecido pela sua avidez no mercado imobiliário, Trump foi condenado em 16 de fevereiro por ser ávido demais — e inflar seu patrimônio artificialmente para obter empréstimos mais favoráveis.
O problema é que, desde a condenação, pairam dúvidas que Trump não teria todo esse dinheiro, seja para pagar a dívida, seja para recorrer da decisão (onde o depósito também é necessário como garantia). Na semana passada, os próprios advogados do empresário e político disseram que o pagamento seria "impossível", uma vez que mais de duas dezenas de bancos negaram o empréstimo.
Com o prazo próximo do vencimento, a procuradora do estado de Nova York à frente do caso, Letitia James, tem uma série de alternativas sobre o que e como fazer. Ela já indicou publicamente que tomará os imóveis de Trump — seu principal patrimônio— caso ele não pague.
Ela já apresentou, no início do mês, pedidos de tomada de ao menos duas propriedades do magnata: o seu campo de golfe em Westchester, ao norte de Nova York, assim como seu clube em Seven Springs, na mesma região.
No entanto, a decisão que a procuradora tomar será política e juridicamente complicada. Primeiro porque sua atuação é acusada de ser partidária por Trump e por membros mais leais do partido Republicano, e a tomada de imóveis do empresário seria visto como não como consequência de um devido processo legal, mas sim um ato político para minar sua campanha em 2024.
Outro aspecto é a complexa estrutura fiscal das empresas de Trump, que são as donas dos imóveis. Por isso, é mais fácil para a procuradoria avançar diretamente sobre as contas bancárias do ex-presidente.
Trump deveria estar mais focado nessa situação — mas ele tem de estar nesta segunda-feira em outro tribunal, no início do julgamento sobre a propina paga por ele a uma atriz pornô, nas eleições de 2016. A situação do ex-presidente é precária: na semana passada, ele também precisava pagar 83.3 milhões de dólares em uma ação movida pela jornalista E. Jean Carroll, que o acusou de estupro. Trump vai recorrer, com um empréstimo de 92.2 milhões de dólares.
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