Governo irá analisar anistia a chineses torturados durante golpe de 64
A Comissão de Anistia do Ministério de Direitos Humanos deve analisar, no próximo dia 2 de abril, um caso que aguarda solução há 60 anos: o de uma missão diplomática chinesa que acabou presa e torturada pelos militares, logo após a tomada do poder, no que é considerada a primeira violação de direitos humanos da...
A Comissão de Anistia do Ministério de Direitos Humanos deve analisar, no próximo dia 2 de abril, um caso que aguarda solução há 60 anos: o de uma missão diplomática chinesa que acabou presa e torturada pelos militares, logo após a tomada do poder, no que é considerada a primeira violação de direitos humanos da ditadura militar. O caso será julgado quase 60 anos depois de ocorrido, por decisão do ministro Silvio Almeida.
Na noite de 3 de abril de 1964, a polícia invadiu dois apartamentos no Rio de Janeiro e levou presos nove chineses sob a acusação de que seriam agentes estrangeiros trazidos ao Brasil para fazer uma revolução comunista.
Apesar das acusações, todos estavam no país a convite do presidente deposto João Goulart, como parte de uma missão diplomática no país de 1961 — todos seriam jornalistas, intérpretes e comerciantes do setor têxtil, interessados em comprar o algodão brasileiro. A presença de chineses a convite de Jango, no entanto, endossou teorias de que o grupo faria parte de uma trama do então presidente para um golpe comunista, com o apoio de Mao Tsé-Tung.
No entanto, a derrubada de Jango na noite dos dias 31 de março e 1º de abril os elevou a missão diplomática à categoria de suspeitos e logo em seguida, acusados de um plano para envenenar o então governador do Rio, Carlos Lacerda, e outros apoiadores dos militares. Eles foram condenados a dez anos de prisão mas acabaram presos por 380 dias — diante do embaraço diplomático, o então general Humberto de Alencar Castello Branco ordenou a expulsão do grupo do Brasil.
Na China, Mao Tsé-Tung os recebeu como heróis, como mostra a foto que ilustra esta matéria.
Em 2014, Ju Quingdong, um dos jornalistas da agência Xinhua que acabaram presos, disse ao jornal Folha de S. Paulo que esperava um pedido formal de desculpas do governo brasileiro. Até ao menos o mês de novembro de 2023, ele permanecia o único envolvido no caso com vida, aos 94 anos.
No mesmo dia (dois dias após o aniversário do golpe militar), a Comissão de Anistia deve analisar também recursos sobre a ação do Estado brasileiro nas comunidades indígenas Krenak, em Minas Gerais, e Guyraroká, no Mato Grosso do Sul.
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Comentários (2)
Maria
2024-03-19 12:44:51Petistas sempre desenterrando defuntos para arrancar dinheiro do erário. Infelizmente este é o partido que o Zé povinho ama tanto. Passam fome, vêem os seus líderes roubando e ainda assim os aplaude. 🐎🐎🐎🐎
Amaury G Feitosa
2024-03-19 10:26:14A anistia foi ampla, geral e irrestrita atingiu todos e o que estes comuNAZISTAS querem é criar factóides que favoreçam ao golpe de estado em claro curso dado pelo bando no poder e tentáculos que certamente levará o país ao caos pois haverá reação mesmo com as forças armadas desmoralizadas pela omissão, covardia e submissão de seus generais palhaços a sob terror forjar pseudo-fatos para incriminar um homem limpo que até ontem estes estes melancias covardes lambiam as botas ... que vergonha !!!