No discurso de Biden, convidados dizem tanto quanto sua fala
A partir das nove horas da noite desta quinta-feira, em Washington (11 da noite, horário de Brasília), o presidente americano dará seu terceiro discurso de "State of the Union" ("Estado da União") de seu governo. Pode ser o seu último, a depender das eleições de novembro no país. Há uma série de pequenas tradições curiosas...
A partir das nove horas da noite desta quinta-feira, em Washington (11 da noite, horário de Brasília), o presidente americano dará seu terceiro discurso de "State of the Union" ("Estado da União") de seu governo. Pode ser o seu último, a depender das eleições de novembro no país.
Há uma série de pequenas tradições curiosas que giram em torno do discurso ao Congresso — como a do "designated survivor", que fica escondido e deve assumir o governo em caso de uma catástrofe como um atentado no local do discurso. Outras são mais sérias, e indicam como será o discurso: são os convidados do discurso.
Para este ano, os democratas convidaram um grupo de mulheres afetadas pela derrubada do precedente Roe v. Wade, que permitia o aborto no país.
O partido tem visto que a decisão, comemorada por conservadores ligados ao partido Republicano, se mostrou um tiro no pé político, levando mulheres às urnas para votar em candidatos pró-aborto, ligados ao partido Democrata. Em uma eleição que promete ser apertada neste ano, o partido tenta capitalizar novamente no tema, que deve estar no discurso de Biden.
Sobre Israel, deve haver um equilíbrio na fala: a parlamentar Cori Bush levará Intimaa Salama, que perdeu 35 parentes no bombardeio de Israel a Gaza. Hakeem Jeffries, líder dos Democratas na Câmara, levará 17 parentes de reféns do Hamas. Biden tem sido pressionado por setores mais progressistas em seu partido e pelo voto de descendência árabe a tomar uma postura menos pró-Israel e mais em favor dos palestinos, rompendo o apoio histórico de Washington a seu principal parceiro no Oriente Médio.
Há também as ausências, que indicam são indicativos dos temas do discurso de Biden: a primeira-dama ucraniana, Olena Zelenskaya, e a viúva de Alexei Navalny, Yulia Navalnaya, citaram questões de agenda e não devem ir. A primeira vê seu marido praticamente implorar para que o governo americano o ajude na resistência aos russos. A segunda viu seu marido, o principal mártir na oposição a Vladimir Putin, morrer em uma prisão russa.
Os republicanos também têm sua lista de convidados: eles levarão dois agentes de imigração que atuam na fronteiras e que teriam sido atacados por imigrantes — jogando luz no que é o tema mais importante para os americanos neste ano. Presidente da Câmara, o republicano Mike Johnson levará pais do jornalista Evan Gershkovich, preso na Rússia acusado de espionagem.
A fala, quase sempre muito protocolar, é tratada como uma mensagem do Executivo ao Legislativo— mas com o potencial de ecoar recados para todo o país e o mundo. Em 2022, por exemplo, Biden alertou que Putin, que tinha acabado de ordenar a invasão russa à Ucrânia, "não tinha ideia do que viria". Neste
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Comentários (1)
Amaury G Feitosa
2024-03-07 16:39:59Espremidos entre Biden e Trump tadinhos dos americanos ... vão ficar pior que os Manés.