Republicanos entram em colapso na Câmara dos EUA — duas vezes na mesma noite
O partido Republicano levou, ao plenário da Câmara dos Estados Unidos na noite desta terça-feira, 6, o primeiro pedido de impeachment de secretário do Executivo (cargo equivalente ao ministro de estado brasileiro) em 148 anos. O partido estava confiante em aprovar o impedimento de Alejandro Mayorkas, o secretário de Segurança Nacional de Joe Biden, não...
O partido Republicano levou, ao plenário da Câmara dos Estados Unidos na noite desta terça-feira, 6, o primeiro pedido de impeachment de secretário do Executivo (cargo equivalente ao ministro de estado brasileiro) em 148 anos. O partido estava confiante em aprovar o impedimento de Alejandro Mayorkas, o secretário de Segurança Nacional de Joe Biden, não por algum crime — mas por sua condução na política de imigração.
Foi o primeiro de dois erros estratégicos que culminaram no que a imprensa americana chamou de "desastre republicano duplo" da noite. O partido, mesmo com a maioria, não conseguiu aprovar o impeachment. Foram 214 votos a favor, e 216 contrários.
Era preciso uma maioria simples para aprovar o impeachment — coisa que o partido tem— mas três republicanos votaram contra o pedido de afastamento. Com o caso próximo de um empate, um quarto parlamentar ainda votou contra o pedido de destituição, permitindo que a proposta seja apresentada novamente no futuro, quando o líder do partido, Steve Scalise (Louisiana), estiver recuperado do tratamento de um câncer.
Minutos depois de se ver incapaz de passar o impeachment, o partido resolveu colocar outra pauta prioritária sua em votação: um pacote de ajuda financeira e militar a Israel, de 17.6 bilhões de dólares (87 bilhões de reais), que seria desmembrado da proposta de Orçamento da Casa Branca. Novamente, o partido não teve votos o suficiente para apoiar o pacote — que na visão dos democratas deve ser votado dentro de um Orçamento completo, junto com o apoio à Ucrânia e a política de fronteiras.
O presidente da Câmara, Mike Johnson (Louisiana), soltou um comunicado culpando o desarranjo sobre Israel aos democratas, que deram uma "censura ao nosso mais próximo aliado no Oriente Médio em um momento de grande necessidade". Os republicanos, garantiu, resolveram votar a ajuda a Israel como uma "concessão, dada a gravidade da situação."
Os dois episódios, no entanto, mostram a dificuldade do partido em encontrar unidade, mesmo com a maioria no Câmara. E isso começa a irritar os próprios parlamentares, que chamaram a noite de "vergonhosa" ao portal Axios.
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