Maduro prende dirigente de partido de María Corina
O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro (foto), continua a reprimir a oposição nesta terça-feira, 23 de janeiro, com a recente prisão de Juan Freites, líder do partido Vente Venezuela e coordenador estadual. A detenção foi confirmada pelo Comitê de Direitos Humanos do partido e pela candidata presidencial María Corina Machado em suas redes sociais. De...
O ditador da Venezuela, Nicolás Maduro (foto), continua a reprimir a oposição nesta terça-feira, 23 de janeiro, com a recente prisão de Juan Freites, líder do partido Vente Venezuela e coordenador estadual.
A detenção foi confirmada pelo Comitê de Direitos Humanos do partido e pela candidata presidencial María Corina Machado em suas redes sociais.
De acordo com testemunhas, Freites foi detido por membros da DGCIM (Direção Geral de Contra-espionagem Militar) durante um evento em Caracas.
Ele foi colocado à força em uma van e levado para um local desconhecido.
Essa prisão ocorre logo após as denúncias feitas pelo Ministério Público sobre planos conspiratórios que incluíam um plano de assassinato de Maduro e ataques a instalações militares.
María Corina Machado classificou essas acusações como ''conspirações surreais e delirantes''.
Mesmo diante da repressão, a oposição venezuelana registrou participação ativa nas primárias realizadas em 22 de outubro.
Nesse evento, María Corina Machado obteve uma vitória esmagadora, recebendo 93,13% dos 2,5 milhões de votos registrados.
A tentativa fracassada de mostrar apoio
Maduro declarou vitória no referendo sobre a anexação da Guiana, realizado no início de dezembro. Mas os números divulgados pelo regime não apenas indicam um teatro eleitoral, como mostram que a ditadura saiu perdendo ao medir forças com a oposição democrática.
O presidente do Conselho Nacional Eleitoral, Elvis Amoroso, anunciou que 95,33% dos eleitores que participaram do pleito apoiaram a proposta de anexar o território guianense. A soma dos votos favoráveis seria de 10,5 milhões. O mesmo número foi repetido pela TV estatal.
Mas 10,5 milhões de votos é muita coisa. Quando Maduro foi eleito, em 2018, em uma eleição fraudulenta que não foi reconhecida por vários países, ele teve 6 milhões de votos. Naquela ocasião, o total dos votos chegou a 9,1 milhões.
Na Venezuela, o voto não é obrigatório. O comparecimento costuma ser baixo, tanto que nenhum dos centros de votação apresentou fila. Mas Amoroso não divulgou o índice de abstenção. Tudo foi feito para dificultar a interpretação dos dados.
A hipótese é que Maduro e os seus comandados estejam contando os votos nas cinco perguntas do referendo. Cada eleitor, então, votou cinco vezes.
Sendo assim, para calcular o número de eleitores, o correto seria dividir o total por cinco, o que daria 2,1 milhões de venezuelanos votando.
O valor é menor que o comparecimento nas primárias da oposição, que foram vencidas por María Corina Machado. Nessas prévias, que não foram reconhecidas por Maduro, votaram 2,4 milhões de venezuelanos.
Maduro inventou esse referendo sobre a Guiana como uma forma de demonstrar apoio popular, após o sucesso estrondoso das primárias da oposição, em outubro.
No ano que vem, se o ditador não inventar mais nada, o regime terá um encontro com os opositores nas urnas. O resultado deste domingo mostra que, mesmo com toda a máquina estatal para constranger e transportar eleitores, o regime ainda não conseguiu vencer os seus rivais em número absoluto de votos.
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