Por que a primeira-ministra da França renunciou
A primeira-ministra da França, Elisabeth Borne (foto), renunciou ao cargo nesta segunda-feira, 8 de janeiro. A medida é uma estratégia coordenada pelo presidente, Emmanuel Macron, visando às eleições ao Parlamento Europeu, órgão legislativo da União Europeia, previstas para junho. No cargo desde o início do segundo mandato de Macron, em maio de 2022, Borne se...
A primeira-ministra da França, Elisabeth Borne (foto), renunciou ao cargo nesta segunda-feira, 8 de janeiro.
A medida é uma estratégia coordenada pelo presidente, Emmanuel Macron, visando às eleições ao Parlamento Europeu, órgão legislativo da União Europeia, previstas para junho.
No cargo desde o início do segundo mandato de Macron, em maio de 2022, Borne se tornou um passivo para a imagem do governo.
De fato, a primeira-ministra serviu de escudo ao presidente contra as repercussões negativas da reforma na lei de imigração proposta pelo governo e aprovada pelo Parlamento francês em dezembro.
Dentre as medidas da reforma, estão a abolição da naturalização automática por nascimento a filhos de estrangeiros, a facilitação para se deportar imigrantes ilegais e o estabelecimento de cotas de imigração.
Em seu perfil oficial no X, rede social anteriormente conhecida como Twitter, Macron publicou um agradecimento a Borne.
"Elizabeth Borne, seu trabalho a serviço da nossa nação foi cada dia exemplar. Você pôs em obra nosso projeto com a coragem, o engajamento e a determinação das estadistas. De todo meu coração, obrigado", afirmou Macron.
Essa não foi a primeira vez que Borne serviu de escudo para o presidente francês em suas tentativas de aprovar reformas impopulares.
Em abril de 2023, a primeira-ministra foi a face da reforma da previdência, que Macron impôs por meio de um dispositivo constitucional, artigo 49.3, sem precisar da aprovação do Parlamento francês.
Eleições europeias
As eleições para o Parlamento Europeu ocorrem entre 6 e 9 de junho. Elas são o único meio de eleição direta para órgãos da União Europeia.
Com a saída de Borne no governo, Macron pretende recuperar popularidade para que sua força política no plano europeu, Renew Europe, consiga eleger mais eurodeputados franceses.
A França é o segundo país com mais assentos no Parlamento Europeu, atrás apenas da Alemanha.
Há 81 assentos em disputa para candidatos franceses nestas eleições de junho.
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