Governo reconhece que acordo UE-Mercosul subiu no telhado
O comunicado conjunto Mercosul-União Europeia, publicado nesta quinta-feira, 7, pelo Itamaraty, é curto e rápido ao indicar que o acordo de livre-comércio esperado pelos dois blocos subiu no telhado e não vai ser anunciado agora. "A UE e o Mercosul estão engajados em discussões construtivas com vistas a finalizar as questões pendentes no âmbito do...
O comunicado conjunto Mercosul-União Europeia, publicado nesta quinta-feira, 7, pelo Itamaraty, é curto e rápido ao indicar que o acordo de livre-comércio esperado pelos dois blocos subiu no telhado e não vai ser anunciado agora.
"A UE e o Mercosul estão engajados em discussões construtivas com vistas a finalizar as questões pendentes no âmbito do Acordo de Associação", indica o Itamaraty, valendo-se da linguagem diplomática para não se dizer, diretamente, o que se diz. "Nos últimos meses, registaram-se avanços consideráveis. As negociações prosseguem com a ambição de concluir o processo e alcançar um acordo que seja mutuamente benéfico para ambas as regiões e que atenda às demandas e aspirações das respectivas sociedades."
Desde o final de semana, já se sabia que o acordo não sairia do papel. Após um encontro com Lula em Dubai (onde ambos participaram da COP28), o presidente francês Emmanuel Macron passou a criticar abertamente a proposta, chamando-a de antiquada.
Quando chegou a uma agenda em Berlim, Lula tentou tirar a responsabilidade de si — e colocar a culpa toda de um fracasso no lado de Paris. "Não é apenas o Macron - o Macron, o [Nicolas] Sarkozy, o [Jacques] Chirac, o François Hollande", disse Lula, listando antecessores no Palácio do Eliseu. "Nenhum deles se propõe a fazer acordo com o Mercosul, porque eles têm problemas políticos e financeiros com os produtores franceses. Respeitamos a posição deles, mas o que eu não posso dizer é que a gente não vai assinar."
O comunicado desta quinta-feira do Itamaraty também chama a atenção por outro motivo. O texto tem 122 palavras, sendo que nenhuma delas é "comércio", "livre-comércio" ou "economia". O governo petista politizou o acordo UE-Mercosul, cujo objetivo agora é enfrentar desafios globais.
"Ambas as partes esperam alcançar rapidamente um acordo que corresponda à natureza estratégica dos laços que as vinculam e à contribuição crucial que podem oferecer para enfrentar os desafios globais em áreas como o desenvolvimento sustentável, a redução das desigualdades e o multilateralismo", diz o texto.
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Comentários (2)
100413CAIO02
2023-12-08 11:08:02O Lula acha que com a sua conversa mole consegue alguma coisa no âmbito internacional. Ninguém é bobo Sr Lula como o povo brasileiro que o sr. tapeia com sua lábia de boteco.
Maria
2023-12-07 17:17:31Era isto mesmo que o sapo queria!