O fim do embaixador americano que espionou para Cuba por 40 anos
Manuel Rocha (foto), diplomata dos EUA que serviu como embaixador na Bolívia entre 2000 e 2002, foi preso em Miami, na Flórida. O americano é acusado, por uma extensa investigação do FBI, de ter vazado segredos de Estado ao governo de Cuba. A prisão, ocorrida na sexta-feira, 1º de dezembro, só foi tornada pública nesta...
Manuel Rocha (foto), diplomata dos EUA que serviu como embaixador na Bolívia entre 2000 e 2002, foi preso em Miami, na Flórida. O americano é acusado, por uma extensa investigação do FBI, de ter vazado segredos de Estado ao governo de Cuba.
A prisão, ocorrida na sexta-feira, 1º de dezembro, só foi tornada pública nesta segunda-feira, 4, após a audiência de Rocha ao juizado.
O diplomata, que fez sua carreira em postos na América Latina e no Caribe, teria mantido contato com o serviço secreto de Cuba desde 1980, no que é caracterizado como uma das mais ousadas e antigas traições ao governo americano em todos os tempos.
Ele teria indicado a sua rede de contatos com Havana a um agente do FBI, que se passou por um agente cubano durante uma conversa com Manuel. Nestes encontros, ele teria definido o próprio governo americano como "the enemy",ou "o inimigo" — e a Fidel Castro como "Comandante".
"Esta ação expõe uma das infiltrações mais longas e em alto escalão, dentro do governo dos EUA, por um agente estrangeiro", disse Merrick Garland, o procurador-geral americano. "Trair a confiança, ao jurar falsa lealdade aos EUA enquanto serve a um poder estrangeiro é um crime que será combatido com a força completa do Departamento de Justiça."
Hoje um consultor independente ligado a think tanks americanos, Rocha já havia se envolvido em polêmica em 2002, quando era embaixador de Washington em La Paz. Em um episódio que o tornou querido pela direita americana, ele se manifestou dias antes da eleição do país, contra o então candidato a presidência Evo Morales.
"Quero lembrar o eleitorado boliviano", disse o então embaixador, durante um evento, "que se eles querem votar em quer fazer a Bolívia voltar a exportara cocaína, isso colocará em perigo qualquer futura ajuda dos EUA a Bolívia". A fala, considerada intervencionista, incendiou a campanha eleitoral e deu fôlego para o então nanico candidato a chegar em segundo lugar nas eleições — e vencê-las quatro anos depois.
Com o histórico agora revelado pela Justiça, fica difícil saber o que Rocha pensava naquele momento.
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Comentários (1)
Celia B Caldeira
2023-12-05 19:47:33Erros de concordância na linguagem da matéria ou é tradução literal do comentário do embaixador?