CNJ devolve cargo a desembargador que pediu fim da PM
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) devolveu o cargo ao desembargador Adriano Roberto Linhares Camargo, do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), três dias após a corte definir seu afastamento preventivo para responder a um processo administrativo disciplinar (PAD) para apurar uma fala sua onde defendia o fim da Polícia Militar. A decisão foi tomada...
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) devolveu o cargo ao desembargador Adriano Roberto Linhares Camargo, do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO), três dias após a corte definir seu afastamento preventivo para responder a um processo administrativo disciplinar (PAD) para apurar uma fala sua onde defendia o fim da Polícia Militar.
A decisão foi tomada pelo corregedor nacional de Justiça, Luís Felipe Salomão, atendendo a um pedido da defesa do magistrado. Apesar disso, o CNJ ainda terá de analisar no futuro uma ação aberta pela associação de militares, pedindo justamente o afastamento definitivo do desembargador.
A fala foi feita durante um julgamento no dia 1º, e foi apresentada como uma "reflexão pessoal" pelo seu autor. “Para mim, tem que acabar com a Polícia Militar, e instituir uma forma diferente na área de investigação e de repressão do crime", .argumentou, durante sessão no dia 1º deste mês. Ele continuou:
"A Polícia Militar é uma reserva técnica do Exército e é para enfrentar o inimigo, é este o seu papel. É por isso que nós vemos abusos e excessos seguidos, recorrentes. A Polícia Militar de Goiás é invisível. Vejam nos jornais a quantidade de confrontos e ninguém leva um tiro, e morrem quatro, cinco e seis. Não é por preparo não, nós sabemos porque é.”
A fala irritou o alto comando da PM, indicou o jornal goiano O Popular, e chegou até Ronaldo Caiado (União Brasil). Em uma agenda na China, na semana passada, o governador falou com dedo em riste e chamou a fala de "um verdadeiro crime" contra a corporação e defendeu o impeachment do desembargador (apesar de isso não acontecer por decisão de outro poder).
“Neste momento em que você pede a extinção da nossa Polícia Militar do estado de Goiás, ou você está atentando contra o Estado Democrático de Direito, ou você está cooptado por outras forças do crime no nosso estado de Goiás", disse o governador, para quem o TJ "não tem nenhuma conivência com a sua fala.”
Ver essa foto no Instagram
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (1)
Adriano
2023-11-09 14:54:22Se fosse na lava jato, já tinham colocado no pijama. Como não é, e é um zé-qualquer, ainda ficam dando cartaz e audiência.