Situação em Nagorno-Karabakh equivale a limpeza étnica, diz UE
O Parlamento Europeu aprovou uma resolução, nesta quinta-feira (5), equiparando a tomada do território armênio de Nagorno-Karabakh pelo Azerbaijão, no mês passado. Por 491 votos favoráveis e nove contrários, os eurodeputados classificaram a operação como equivalente a uma limpeza étnica. "A ofensiva militar azerbaijana está causando a expulsão forçada de um grupo étnico inteiro de...
O Parlamento Europeu aprovou uma resolução, nesta quinta-feira (5), equiparando a tomada do território armênio de Nagorno-Karabakh pelo Azerbaijão, no mês passado. Por 491 votos favoráveis e nove contrários, os eurodeputados classificaram a operação como equivalente a uma limpeza étnica.
"A ofensiva militar azerbaijana está causando a expulsão forçada de um grupo étnico inteiro de uma área específica", argumentam os parlamentares na resolução aprovada. "Preocupações relevantes foram levantadas como resultado desta situação, na medida em que pode constituir uma estratégia de limpeza étnica."
A resolução, mais protocolar que prática, condena em nome da União Europeia a ofensiva que matou 600 armênios e causou a expulsão de mais da metade dos habitantes, que era um pedaço do território armênio historicamente dentro do Azerbaijão. O texto ainda pede o cessar-fogo para negociações de paz.
Uma região disputada há décadas entre a Armênia (que tinha a maioria étnica dos moradores) e o Azerbaijão (que cerca o território), o Nagorno-Karabakh é pouco menor que o Distrito Federal, até então reconhecido como território armênio. No fim de 2020, apoiado pela Turquia, o Azerbaijão lançou uma ofensiva arrasadora de 44 dias, com 6.500 mortes e a tomada militar da área. Um cessar-fogo garantiu, à época, o controle azerbaijano à principal cidade— assim como o direito dos armênios a manter a capital e um corredor que leva à parte principal do seu país, patrocinado por tropas de paz russas.
No final do ano passado, Baku fechou o corredor que ligava Nagorno ao território armênio, sufocando a existência na região. Em 19 de setembro deste ano, a ofensiva final para retomar todo o território ocorreu sem resistência dos russos ou grandes manifestações de apoio aos armênios pela comunidade internacional. Até o final do mês passado, ao menos 60 mil dos 120 mil armênios que moravam na área já haviam fugido.
Em conversa no podcast Latitude, exclusivo para assinantes de Crusoé/O Antagonista, o arquiteto e fotógrafo Norair Chahinian conta como a Rússia, que tem uma base na Armênia, deixou de ajudar os armênios na luta contra o Azerbaijão pelo enclave de Nagorno-Karabakh e explica o complicado xadrez geopolítico da região, que inclui também os Estados Unidos, Israel e o Irã.
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Comentários (1)
Odete6
2023-10-06 19:56:11Quando será que a Humanidade não terá mais todos esses povos atormentados por sofrimentos de séculos....