Descarte de água de usina nuclear de Fukushima gera briga entre Japão e China
Mais de 12 anos após o acidente na Usina Nuclear de Fukushima, no Japão, as instalações continuam a causar problemas para os japoneses e, desta vez, em especial para os chineses. A China anunciou um banimento imediato de todas as importações de frutos do mar do Japão na quinta-feira, 24 de agosto. A medida é...
Mais de 12 anos após o acidente na Usina Nuclear de Fukushima, no Japão, as instalações continuam a causar problemas para os japoneses e, desta vez, em especial para os chineses.
A China anunciou um banimento imediato de todas as importações de frutos do mar do Japão na quinta-feira, 24 de agosto.
A medida é uma retaliação às autoridades japonesas, que, no mesmo dia, passaram a despejar a água residual da usina no mar.
O Ministério das Relações Exteriores da China emitiu uma nota oficial de repúdio à decisão japonesa, descrita como um “ato irresponsável e extremamente egoísta”.
A pasta ainda afirmou que o despejo de água residual no mar “impõe os riscos para o mundo inteiro [e] transmite a dor às futuras gerações de seres humanos”.
O governo do Japão, por sua vez, tem conduzido um plano para filtrar as partículas radioativas da água e o descarte dos líquidos restantes no mar foi aprovado pela Associação Internacional de Energia Atômica, a AIEA. A entidade também irá monitorar o processo.
Até então, a China bania importações de frutos do mar provindos apenas da província de Fukushima e algumas outras.
A proibição atinge todas as importações de “produtos aquáticos”, segundo comunicado da autoridade alfandegária chinesa à imprensa.
De acordo com a nota, as regulações serão “ajustadas dinamicamente [...] como apropriado para prevenir riscos de descarga de água contaminada com radiação pela saúde e segurança alimentar de nosso país”.
Levantamento da empresa de consultoria de mercado Teikoku Databank aponta que mais de 700 exportadores japoneses devem ser afetados pelo banimento.
O país é o maior importador do Japão nesse mercado, e o segundo é a região administrativa especial de Hong Kong, que responde a Pequim.
Dados do governo japonês mostram que a China e Hong Kong responderam por mais de 40% das exportações de produtos aquáticos do Japão em 2022.
Essa relação comercial vale cerca de 1 bilhão de dólares por ano.
Pelo momento, Hong Kong anunciou apenas um banimento das importações de frutos do mar em 10 províncias japonesas.
Entretanto, não deve levar muito tempo para que a região administrativa especial reproduza a diretriz de Pequim.
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