Em busca de provas gráficas
Gráficas que imprimiram material de campanha do PSL foram o principal alvo da operação Sufrágio Ostentação, realizada nesta segunda-feira, 29, pela Polícia Federal em Minas Gerais. O delegado responsável pela ação, Marinho Rezende, disse que o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio (foto), ainda não é investigado, apesar de ser acusado de se beneficiar de...
Gráficas que imprimiram material de campanha do PSL foram o principal alvo da operação Sufrágio Ostentação, realizada nesta segunda-feira, 29, pela Polícia Federal em Minas Gerais. O delegado responsável pela ação, Marinho Rezende, disse que o ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio (foto), ainda não é investigado, apesar de ser acusado de se beneficiar de um esquema de candidaturas laranja de mulheres, denúncia que originou a investigação.
A Polícia Federal fez buscas e apreensões em sete gráficas na capital mineira e em outras cidades para comprovar se serviços declarados por candidatas do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, nas prestações de contas eleitorais, foram mesmo realizados. Segundo a PF, a investigação aponta para um esquema em que as mulheres eram convidadas a se candidatar para receber recursos do fundo partidário e devolver cerca de 80% da verba ao PSL de Minas.
Um dos alvos das buscas, cuja gráfica não funciona há dois anos e emitiu notas de prestação de serviço, foi Reginaldo Donizete Soares, irmão de Roberto Silva Soares, secretário-geral do partido em Minas, e ex-assessor do ministro do Turismo. A gráfica dele ficava em Ipatinga. Soares foi apontado por uma das mulheres que denunciou o esquema como quem propôs que ela recebesse 100 mil reais para a campanha, mas ficasse com apenas 10 mil reais.
Um dos indícios de que as candidaturas eram laranjas, segundo Rezende, é que as campanhas de algumas candidatas, entre as cerca de 200 que concorreram pelo PSL, custaram mais caro do que as de pessoas efetivamente eleitas. O delegado afirmou que enquanto o custo médio do voto para os deputados eleitos foi de 10 reais, as candidatas do PSL chegaram a declarar gastos de 200 reais a 300 reais por voto - para não se elegerem.
O dinheiro que teria sido desviado iria para terceiros ou campanhas de candidatos homens, segundo a PF. O delegado responsável pela operação acrescentou ser pouco provável que os recursos do fundo partidário tenham tido relação com a eleição para presidente, porque eram destinados para os diretórios regionais.
Rezende lembrou que, apesar do foro privilegiado, o ministro Marcelo Álvaro Antônio, eleito deputado federal, pode ser investigado pela Justiça Eleitoral, porque o inquérito instaurado trata de um fato anterior ao seu mandato.
Se forem comprovadas as denúncias, as candidatas e os donos de gráfica serão enquadrados em falsidade ideológica, cuja pena é de cinco anos de reclusão. Se comprovada a participação dos dirigentes do PSL, ele também terão incorrido no mesmo crime.
De acordo com o delegado, o esquema teria sido montado para burlar a legislação eleitoral, que passou a exigir, em 2018, que 30% da verba do fundo partidário fossem obrigatoriamente para candidaturas femininas.
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Comentários (3)
Massaaki
2019-04-29 18:18:32Acabou! Foram pegos. Depois da perícia dos criminalistas da PF, não vai ter mais desculpas.
Francisco
2019-04-29 16:29:01a investigação deveria se estender a todos os partidos que com certeza usaram o mesmo expediente
Anarquista
2019-04-29 16:00:58O delegado deve estar edperando uma promoção por isso ate agora não envolveu o podre ministro na investigação. Ou nem é delegado, é outro laranja