Por que os italianos preferiram manter Sergio Mattarella como presidente
Em uma eleição indireta no sábado, 29, deputados, senadores e delegados regionais da Itália mantiveram no cargo de presidente o jurista e advogado Sergio Mattarella (foto). Apesar de ter completado 80 anos e ter espalhado que não gostaria de permanecer no posto, Matarella assumiu esse compromisso por mais sete anos. O outro candidato, o economista Mario...
Em uma eleição indireta no sábado, 29, deputados, senadores e delegados regionais da Itália mantiveram no cargo de presidente o jurista e advogado Sergio Mattarella (foto). Apesar de ter completado 80 anos e ter espalhado que não gostaria de permanecer no posto, Matarella assumiu esse compromisso por mais sete anos. O outro candidato, o economista Mario Draghi, um ex-chefe do Banco Central Europeu muito popular entre os italianos, foi preterido no processo.
A escolha pela continuação de Mattarella como presidente, um cargo bastante simbólico no parlamentarismo italiano, ocorreu, em primeiro lugar, porque ele não está vinculado a um partido político. Também por isso, ele não é odiado por nenhuma sigla. "Como nenhum dos blocos tinha maioria entre os que votaram na eleição, um candidato não partidário seria naturalmente a melhor opção", diz Matthew Bergman, professor de política comparada na Universidade de Viena, na Áustria. O bloco de direita, formado pelos partido Liga, Força Itália e Fraternidade da Itália, tinha 40% dos que votaram. O Movimento Cinco Estrelas, 23%. O grupo de centro-esquerda, 15%.
Caso Mario Draghi, quem de fato comanda o país como primeiro-ministro, assumisse a Presidência, outro problema seria criado. Seria necessário encontrar outro nome para preencher o posto de primeiro-ministro, que ficaria vago.
"Assim como não havia uma maioria clara para escolher o presidente, também não há uma inclinação geral para selecionar o próximo primeiro-ministro. Sem um acordo, o resultado seria a convocação de novas eleições", diz Bergman.
Autopreservação
Deputados e senadores trabalharam então para evitar essa alternativa. Eles temem perder os seus lugares. Em um referendo de 2020, os italianos optaram por reduzir em um terço o número de cadeiras de deputados e senadores.
Além disso, se novas eleições fossem convocadas, o partido Fraternidade da Itália, o único de fora da atual coalizão, seria um dos três mais votados. Segundo as pesquisas de opinião, o Fraternidade, na eventualidade de fazer um acordo com a Liga, ficaria muito perto de conseguir maioria absoluta no Parlamento. Com essa perspectiva em vista, deputados e senadores acharam melhor adiar a eleição enquanto podem. O prazo limite para realizar um novo pleito é junho de 2023.
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Comentários (2)
Nyco
2022-02-01 11:59:15Se fosse aqui no Brasil, tanto Mattarella quanto Draghi seriam acusados de genocidas, negacionistas, nazistas, obscurantistas entre outros adjetivos que os esquerdopatas aprenderam a usar. Mas, a Italia, um país menor que o estado de Goiás, desenvolvido, rico, 59 milhões de hab. e 43 mil mortes por covid,19. Na proporcionalidade por milhão de hab., tem o mesmo nº de mortes que o Brasil. Mas como lá o povo é culto e a imprensa não vive do cascalho público, os mandatários foram isentados.
Jose
2022-02-01 11:11:09Tanto faz. Lá, tal como aqui, tudo termina em pizza!