Bolsonaro inicia ano eleitoral com reciclagem de polêmicas
O presidente Jair Bolsonaro (foto) iniciou o ano eleitoral repetindo polêmicas que mobilizaram sua claque em 2021, incluindo aquelas que lhe renderam desgastes com o Supremo Tribunal Federal e o Congresso e o colocaram na mira de inquéritos. O timing ajuda a explicar o fim da trégua com autoridades da Praça dos Três Poderes. O tom...
O presidente Jair Bolsonaro (foto) iniciou o ano eleitoral repetindo polêmicas que mobilizaram sua claque em 2021, incluindo aquelas que lhe renderam desgastes com o Supremo Tribunal Federal e o Congresso e o colocaram na mira de inquéritos.
O timing ajuda a explicar o fim da trégua com autoridades da Praça dos Três Poderes. O tom do presidente subiu na mesma semana em que más notícias do cenário econômico, como a inflação de dois dígitos e o aumento do preço dos combustíveis, tomaram as manchetes. Para aliados, é a conhecida cortina de fumaça do Planalto.
Bolsonaro reavivou, por exemplo, os ataques aos ministros Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso. Os embates haviam perdido força em setembro do ano passado, quando, em uma carta pública costurada por Michel Temer, o presidente disse que jamais teve a intenção de "agredir quaisquer dos poderes" e acrescentou que a harmonia entre os as instituições é uma determinação constitucional que "todos, sem exceção, devem respeitar".
A bandeira branca não ficou hasteada por muito tempo. Nesta semana, Bolsonaro acusou Moraes e Barroso de cassarem “liberdades democráticas” e de trabalharem a favor da candidatura de Lula. "Quem esses dois pensam que são? Que vão tomar medidas drásticas dessa forma, ameaçando, cassando liberdades democráticas nossas, a liberdade de expressão porque eles não querem assim, porque eles têm um candidato. Os dois, sabemos, são defensores do Lula, querem o Lula presidente", disparou.
Dois dias depois, investigado pela disseminação de notícias falsas sobre as urnas eletrônicas, o presidente voltou a levantar suspeitas sobre a lisura das eleições de 2018. Em um pronunciamento direcionado à claque, disse mais uma vez que teria vencido a disputa pelo Planalto no primeiro turno se o pleito tivesse sido limpo. "Quis Deus que, sobrevivendo a uma facada de um integrante do PSOL, em um partido muito pequeno, sem marqueteiro, sem televisão, (eu) conseguisse ganhar as eleições. Que era para ter ganhado no primeiro turno se fossem eleições limpas", disse.
Bolsonaro retomou até mesmo as ofensas pessoais a adversários políticos. Diante de apoiadores, chamou o governador do Maranhão, Flávio Dino, de “gordo”: “Vocês repararam que, nos países comunistas, geralmente o chefe é gordo? O cara da Coreia do Norte, gordinho né? Venezuela, gordinho né? Maranhão?”. Dino retrucou, mandando Bolsonaro ir trabalhar. "1. “Piada”, além de sem graça, repetida. Compatível com a notória escassez de neurônios do indivíduo”, respondeu.
No PL, partido que Bolsonaro passou a integrar em novembro, parlamentares e dirigentes criticam o looping do presidente. Para eles, no ano eleitoral, Bolsonaro precisa centrar esforços nas respostas sobre a economia e eleger ataques pontuais — com argumentos — aos principais adversários políticos na disputa pelo Planalto: Lula e Sergio Moro.
A avaliação geral é que, ao contrário do que ocorreu em 2018, Bolsonaro não ganhará votos com as polêmicas, uma vez que o eleitorado mais radical já está fidelizado. “Agora, ele deveria focar na questão da economia. A economia é sempre o fator determinante para eleger ou reeleger. Temos consolidado de 20% a 25% (das intenções de voto). Tudo bem, vamos para o segundo turno. Mas, no segundo turno, você precisa de 50% mais um voto e, para atingir 50%, você depende única e exclusivamente da economia”, pontuou um deputado do PL.
O parlamentar usou a história recente para embasar o argumento. Lembrou, por exemplo, que Fernando Henrique Cardoso, antes neófito na política, conquistou projeção nacional ao desenvolver o Plano Real durante o governo Itamar Franco e, com isso, conseguir se eleger. O tucano, porém, terminou o segundo mandato com reprovação maior do que a aprovação em decorrência da crise mundial que provocou o aumento do desemprego e a estagnação econômica no Brasil.
“Por isso, ele não conseguiu transferir popularidade para o Serra. O Lula assumiu e nadou de braçadas enquanto a economia esteve em alta. Foi eleito, reeleito e emplacou Dilma. Não teve mensalão que afetasse. Por quê? Porque esses eleitores que decidem quem vai ganhar ou perder não são de direita ou de esquerda. Ele pensa nele e na família dele. Se a economia está boa, ele não quer mudar”, disse. “A Dilma caiu porque a economia caiu. Caiu porque ela quebrou o Brasil para se eleger.”
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Comentários (10)
Márcia
2022-01-17 06:54:15o Bolsonaro vai ficar cada vez mais insano, vai nadar, nadar, esbravejar e morrer na praia, lugar que ele adora ficar e dizer que está "trabalhando"
JO EL
2022-01-16 13:44:25A qualquer momento ele vira o disco pro lado de Barroso, sendo que recentemente rasgou elogios para as urnas eletronicas, quando em 07 de setembro de 21 foi uma guerra, quase dava um golpe nao fosse a negativa das forcas armadas. NEM PASSADO, NEM PRESENTE, MORO PRESIDENTE.
JO EL
2022-01-16 13:01:45Vejamos se Bozo critica Gilmar Mendes, Tofolli, Fackin,Lewandovisk como ha tempos o fazia. Agora esta tudo dominado, so alegria. NEM PASSADO, NEM PRESENTE, MORO PRESIDENTE.
ANTONIO
2022-01-16 12:34:56Bozo não tem criatividade nem para criar novas polêmicas que são sua defesa contra a perda vertiginosa de votos para 2022. É um vagabundo físico e mental! #MORO2022!
Sergio
2022-01-16 12:15:43Capetão vai continuar a fazer o que sabe, ou seja, nada...vai pro fundo do brejo e dali direto pro cafofo do seu chefe mestre. Ou passará uma temporada na jaula especial reservada pra ele e sua troupe de mentecaptos.
Maria
2022-01-16 12:06:33MORO PRESIDENTE 2022!🇧🇷🇧🇷🇧🇷
Jose
2022-01-16 10:59:18Verdade Max, verdade!
Max
2022-01-16 10:13:49Tem razão José. Mas não se trata de otimismo e sim “margem de segurança” , que deverá variar com o grau de desmoralização e de trairagem que deverá ocorrer no bolsolavismo até outubro. Até lá, espero que alguém se destaque e encoraje os eleitores esclarecidos a encarar o Jararaca no 2º turno.
Alberto de Araújo
2022-01-16 09:30:49Nem tanto, nem tão pouco. Se esquecer das demais demandas do povo, não sairá vitorioso. Se desprezar o discurso populista, vai para o brejo.
PAULO
2022-01-16 09:22:241- Depois de 3/4 de governo Bolsonaro e 14 anos de PT no poder, sabemos q Brasil teremos, caso tenhamos a continuidade do genocida, ou a volta do ex-presidiário. Só ficou do lado do Bolsonaro, os aproveitadores e aloprados. Estão se unindo ao Lula, os corruptos, o Clube dos Advogados pela Impunidades e os defendores de ditadura. Nós nos adaptamos ou morremos, qdo expostos a novas condições de vida. Então seremos vítimas de uma seleção artificial.