A turma de Cabral expandiu os negócios
A operação Conteiner, realizada nesta terça-feira, 9, pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Distrito Federal, mostrou que os integrantes de esquemas ligados ao ex-governador Sérgio Cabral Filho (foto) não limitaram ao Rio de Janeiro seus negócios ilegais. A operação investiga um cartel em licitações públicas, realizadas entre...
A operação Conteiner, realizada nesta terça-feira, 9, pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado do Ministério Público do Distrito Federal, mostrou que os integrantes de esquemas ligados ao ex-governador Sérgio Cabral Filho (foto) não limitaram ao Rio de Janeiro seus negócios ilegais.
A operação investiga um cartel em licitações públicas, realizadas entre 2009 e 2013, para a entrega de materiais e módulos de unidades de pronto atendimento, as UPAs. O cartel teria começado na Secretaria de Estado da Saúde do Rio de Janeiro, na gestão de Sérgio Côrtes durante o governo Cabral, e atingido depois pelo menos 12 unidades da federação.
A ação do Ministério Público do Distrito Federal hoje é realizada no Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Goiás e Minas Gerais, além de Brasília. A 1ª Vara Criminal de Brasília autorizou o cumprimento de nove mandados de prisão preventiva e 44 mandados de busca e apreensão.
No Rio, a Coordenadoria de Segurança e Inteligência do Ministério Público do estado ficou encarregada de cumprir três mandados de prisão e 16 de busca e apreensão, com equipes da Polícia Civil do Distrito Federal. Entre os alvos do Rio de Janeiro estavam os empresários Cláudio Haidamus, Ronald de Carvalho e Artur Soares. Haidamus foi preso. Os outros dois estão foragidos.
Carvalho é amigo do ex-governador Luiz Fernando Pezão. Soares era conhecido como "rei Artur", pelo poder que acumulou como fornecedor de serviços para o governo do estado. Os promotores suspeitam da participação de Côrtes e do empresário da área de produtos médicos e hospitalares Miguel Iskin, também alvos da Lava Jato no Rio de Janeiro.
Apenas no Distrito Federal, teriam sido desviados 142 milhões de reais de licitações que tinham o valor total de 320 milhões de reais. Foram presos em Brasília os ex-secretários de Saúde do Distrito Federal Rafael Barbosa e Elias Miziara, o ex-secretário adjunto de gestão Fernando Araújo e o ex-subsecretário de saúde José Falcão. A operação também prendeu Edcler Carvalho, diretor comercial da Kompazo, empresa que vende produtos hospitalares.
De acordo com o Ministério Público do Distrito Federal, o grupo desbaratado planejou expandir o "projeto das UPAs" para todo o país e acertou o pagamento de 1 milhão de reais em propina por cada unidade construída. Uma das bases de expansão da organização criminosa foi o Distrito Federal, onde os envolvidos começaram a atuar pela venda de atas de registro de preços da Secretaria de Saúde do Rio de Janeiro, de acordo com os promotores. As atas estariam adulteradas e já eram controladas pelo grupo criminoso ligado a Sérgio Cabral.
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Comentários (10)
Massoud
2019-04-10 15:18:00Roubar dinheiro da saúde é crime ediondo, merecem serem condenados à pena capital. Mas como possuem bons contatos com o STF, principalmente com Gilmar Mendes e Guiomar Feitosa influenciando, com certeza logo logo estarão soltos.
Geraldo
2019-04-10 09:56:02Saudoso Teorí já dizia, "cada pena que pucha vem uma galinha" e eu corrijo, VEM UM GALINHEIRO TODO.
Claudia
2019-04-10 08:59:00Que horror.
Renato
2019-04-09 14:46:17Esta história de registro de preços foi uma das grandes burrices ou mal feito dos governos, desde que foi criada, se houve boa intenção não sei, ela foi utilizada para vendas superfaturadas e para pagamento de propinas ao governos federal, estaduais e municipais. Seria uma boa ideia se a utilizassem honestamente, o que parece difícil no país que vivemos.
Massaaki
2019-04-09 13:21:49Nacionalização do crime.
Sonia
2019-04-09 13:13:46E O STF nao quer punir ladroes
Jose
2019-04-09 12:52:56Onde está a IMPRENSA investigativa? Onde está o COAF? Para que TCEs e TCUs aparelhadas pelos próprios governadores e demais políticos? A REDE Globo a quem confiamos cegamente os nossos filhos enquanto trabalhamos, o que será que estão mostrando em Malhação e programas vespertinos? Qdo se chega em casa já sabemos que as novelas são indecentes!!!
Bruno
2019-04-09 12:48:25Brasil, o país das oportunidades para oportunistas.
Catilinário
2019-04-09 12:26:03Parece até conto da carochinha, coisa da mitologia grega. O Cabral parece uma Medusa (embora quase careca) em que cada fio da cabeleireira postiça é uma serpente, espalhando a pestilência da corrupção para todos os lados. Temos uma Hidra da corrupção, cujos tentáculos são cabeças de Medusas. Nem a mitologia grega imaginou isto!
ANTONIO
2019-04-09 12:14:21Digo: todo o pais está quebrado, o Cabral é apenas um na multidão de tantos estados, façam uma "lava estado"....uma "lava municipio" e verão o porque o pais esta quebrado, caros passo em frente a algumas obras onde o mandante é uma prefeitura, um governo estadual, e vejo um valor monstruoso por um serviço que com certeza ficaria menos da metade do preço que ali vai ser pago, pergunto: onde esta a imprensa investigativa, mostra o que esta sendo feito, contudo, não se atentam ao valor pago.