Defesa de Moro questiona depoimento 'reservado' de Bolsonaro à PF
A defesa de Sergio Moro (foto) manifestou "inconformismo" com o depoimento prestado pelo presidente Jair Bolsonaro à Polícia Federal, no último dia 3, no inquérito que apura a interferência política na corporação. O chefe do Planalto foi ouvido pela PF sem a presença da Procuradoria-Geral da República e dos advogados do ex-ministro. Em petição direcionada...
A defesa de Sergio Moro (foto) manifestou "inconformismo" com o depoimento prestado pelo presidente Jair Bolsonaro à Polícia Federal, no último dia 3, no inquérito que apura a interferência política na corporação. O chefe do Planalto foi ouvido pela PF sem a presença da Procuradoria-Geral da República e dos advogados do ex-ministro.
Em petição direcionada ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, Moro também pediu para que a Procuradoria-Geral da República se manifeste sobre a regularidade da "audiência reservada" do presidente com o delegado da PF, ocorrida à noite, no Palácio do Planalto.
Os advogados do ex-juiz da Lava Jato argumentaram que o ex-ministro Celso de Mello, que era o relator do inquérito até se aposentar, no ano passado, havia acolhido um pedido para que todos os depoimentos fossem comunicados à defesa com 48 horas de antecedência.
A defesa afirmou ainda que, no caso de Moro, o depoimento foi tomado com a presença de um representante da PGR, o que não ocorreu na oitiva de Bolsonaro. Como ambos são investigados no inquérito, a defesa alegou a necessidade da "isonomia processual".
No depoimento, Bolsonaro negou ter interferido politicamente na Polícia Federal e disse que solicitou a Moro a troca do então diretor-geral da PF, Maurício Valeixo, por "falta de interlocução", e não com o objetivo de obter informações privilegiadas de investigações sigilosas.
A investigação foi aberta depois que Moro deixou o Ministério da Justiça, em abril do ano passado, acusando o presidente de tentar interferir na PF para proteger a família e aliados. A forma como Bolsonaro seria ouvido pela polícia foi alvo de um impasse que se arrastou por meses.
A Advocacia-Geral da União defendia que ele prestasse depoimento por escrito, mas, no mês passado, quando o Supremo Tribunal Federal começou a julgar o caso, a AGU mudou de ideia e informou que o presidente pretendia ser ouvido presencialmente.
Após a manifestação da AGU, o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso no Supremo, determinou que o depoimento de Bolsonaro fosse realizado. Este é um dos últimos atos da PF no inquérito, que deverá ser enviado para o procurador-geral da República, Augusto Aras, decidir se denuncia o presidente, solicita novas diligências ou arquiva o caso.
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Comentários (10)
CARLOS ALBERTO DOS SANTOS MARTINS
2021-11-09 13:36:32Bolsonaro interrogou o delegado da PF.
NASSER MELO
2021-11-09 08:55:10MORO PRESIDENTE 2022 !!!
NASSER MELO
2021-11-09 08:54:32MORO PRESIDENTE 2022 !!!
Paulo
2021-11-09 07:53:27Alexandre de Moraes, em seu despacho, deveria ter convocado também um representante da PGR e o advogado de Sérgio Moro para participarem do depoimento do presidente canalha. Por que não o fez?
Sonia
2021-11-09 06:37:13Já está ocorrendo interferência, mais óbvio q isso é impossível!!! Moro Presidente 2022 🇧🇷
Raimundo
2021-11-09 05:20:47Dr. Sérgio Moro, Presidente
Odete6
2021-11-09 01:41:13Que encenação descarada e repulsiva foi esse """pseudo depoimento"""!!! E, lógico, já sabemos o que fará o amestrado e capacho pgr. Pra cima dessa caterva, defesa do DR. SÉRGIO FERNANDO MORO!!!!
Sillvia2
2021-11-09 00:02:09Impedir presença da defesa de Moro no interrogatório de JB é prova inequívoca da interferência na PF, além de outros conchavos…
Ana
2021-11-08 23:52:13Certíssima a defesa de Moro...foi um descalabro, ilegal o que fizeram na PF, de Bolsonaro, e não do BR como deveria ser
ORCHIDEA
2021-11-08 22:21:25SEM COMENTÁRIOS