Operadores de propina da Odebrecht brigam por indenização milionária
A Transexpert, transportadora de valores que operou as entregas de dinheiro vivo para dezenas de políticos e agentes públicos delatados pela Odebrecht e pela Fetranspor, está cobrando uma indenização milionária dos doleiros que fizeram os pagamentos ilícitos em São Paulo e no Rio de Janeiro. A pedido da Transexpert, que faliu depois que os doleiros foram...
A Transexpert, transportadora de valores que operou as entregas de dinheiro vivo para dezenas de políticos e agentes públicos delatados pela Odebrecht e pela Fetranspor, está cobrando uma indenização milionária dos doleiros que fizeram os pagamentos ilícitos em São Paulo e no Rio de Janeiro.
A pedido da Transexpert, que faliu depois que os doleiros foram presos pela Lava Jato e revelaram o funcionamento do delivery da propina em suas delações, a Justiça do Rio chegou a bloquear os bens de operadores como Vinícius Claret e Cláudio Barboza, conhecidos pelos apelidos "Juca Bala" e "Tony".
Em uma das ações, a transportadora cobra uma indenização de mais de 200 milhões de reais, sob o argumento de que foi usada pelos doleiros para práticas ilícitas sem o seu conhecimento. A empresa foi criada por policiais do Rio e atuou tanto no esquema do ex-governador Sergio Cabral, por meio da federação das empresas de ônibus, a Fetranspor, como no da Odebrecht.
Só em São Paulo, como revelou Crusoé em 2019, a transportadora fez ao menos 532 entregas de dinheiro vivo no valor de 248,9 milhões de reais entre 2014 e 2015, auge dos pagamentos ilícitos da empreiteira. A maioria dos agentes que entregavam as encomendas era policial militar.
Os repasses estão vinculados a 90 codinomes atribuídos a políticos nas planilhas do setor de propinas da Odebrecht, como o atual ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira, do Progressistas, a deputada e presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e o ex-governador paulista Geraldo Alckmin, do PSDB.
A disputa da transportadora com os doleiros virou um enorme imbróglio jurídico porque parte do dinheiro que ela cobra dos operadores já foi devolvida nos acordos de colaboração premiada fechados com o Ministério Público Federal.
Em parecer contrário à liberação do dinheiro do acordo para indenizar a transportadora, os procuradores da extinta força-tarefa da Lava Jato no Rio ressaltaram que a empresa, embora alegue desconhecimento dos esquemas de corrupção, "atuava como verdadeira instituição financeira paralela depositária e transportadora de valores ocultos de terceiros, objeto de lavagem de dinheiro, e não valores próprios".
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Comentários (7)
Lasier
2021-10-12 10:47:52Segundo 5 ministros do stf, nada disso existiu. Mera ficção.
ERNESTO HERBERT LEVY
2021-10-11 18:39:06E agora STF. Ainda vai indenizar instituições que praticavam corrupção?
Sebastião
2021-10-10 20:28:00Segundo a norma dos corruptos: "Ladrão que rouba ladrão tem Cem Anos de Perdao"
Joao
2021-10-10 18:48:19Ladrão pedindo indenização de comparsa. Muito engraçado.
Humberto
2021-10-10 17:56:08“(…) foi usada para práticas ilícitas (…) sem o seu conhecimento. A empresa foi criada por policiais do Rio (…)” kkkkkkkkkkkkkkkk no Brasil, a falta de vergonha atinge seu auge!!!
PAULO
2021-10-10 17:13:25A Lava Jato feriu o Mecanismo. Porém, com o Bolsonaro no poder, o Mecanismo não somente se regenerou, ma também se fortaleceu. Teremos na próxima eleição os candidatos do Mecanismo, o ex-presidiário Lula e o sociopata. Do outro teremos Moro, TOP OF MIND no combate à corrupção e algoz do Mecanismo. Não teremos um Brasil melhor, sem combater à corrupção. Com à corrupção desenfreada, o Brasil não vai melhorar nunca. Moro Presidente 🇧🇷. Por um Brasil menos corrupto e decente.
FRANCISCO AMAURY GONÇALVES FEITOSA
2021-10-10 17:07:25só falta mesmo enviarem a conta pro povo ignorante suicida nas urnas pagar em suaves prestações.