Câmara enterra 'distritão', mas retoma coligações em eleições proporcionais
O plenário da Câmara dos Deputados derrubou, na noite desta quarta-feira, 11, a proposta de mudança do sistema eleitoral brasileiro para a adoção do chamado "distritão", modelo em que os candidatos mais votados em seus estados, nas eleições para deputado, são os eleitos. Por outro lado, Centrão e setores da oposição construíram um acordão político para...
O plenário da Câmara dos Deputados derrubou, na noite desta quarta-feira, 11, a proposta de mudança do sistema eleitoral brasileiro para a adoção do chamado "distritão", modelo em que os candidatos mais votados em seus estados, nas eleições para deputado, são os eleitos. Por outro lado, Centrão e setores da oposição construíram um acordão político para o retorno das coligações partidárias em eleições proporcionais. O acordo passou raspando: obteve 333 votos – são necessários 308.
Assim, a Câmara retoma o modelo que vigorou até as eleições de 2018, que permite que partidos se associem na formação de chapas para o Legislativo. A possibilidade havia sido retirada da legislação eleitoral brasileira na reforma política de 2017, mudança que vigorou somente em 2020, nas eleições de vereadores.
Com a volta das coligações, partidos poderão formar alianças puramente eleitorais, sem necessariamente um vínculo programático entre as legendas que compõem a chapa. Neste modelo, o voto do eleitor em determinado partido ou candidato pode acabar ajudando a eleger um representante com ideias opostas à de seu escolhido. O modelo também favorece o fenômeno dos "puxadores de voto", candidatos com votação expressiva que acabam ajudando a eleger parlamentares de outras siglas com menor número de votos.
O acordo foi frágil. Na oposição, Cidadania, Rede, PDT e PSOL votaram contra as coligações. O PSL – antigo partido de Bolsonaro – liberou sua bancada, assim como o MDB. Também orientaram contra a volta das coligações o PSD, o Novo e o PV. A proposta avançou com maioria estreita, o que preocupou líderes do Centrão. No meio do processo de votação, o presidente da Câmara, Arthur Lira, e a relatora da reforma, Renata Abreu, do Podemos, foram para o meio do plenário para cabalar votos.
Na avaliação de parlamentares contrários ao acordo, a margem apertada pode pressionar o Senado a revisar o texto aprovado pela Câmara, retirando da reforma, também, a possibilidade de coligações. "Espero que o Senado respeite a decisão desse parlamento", pressionou o deputado pernambucano Silvio Costa Filho, do Republicanos, integrante fiel da base aliada de Bolsonaro.
Para atrair o PCdoB e o PT, Arthur Lira topou levar a plenário nesta quinta-feira, 11, uma segunda proposta para instituir as chamadas "federações partidárias" modelo em que partidos com afinidade ideológica formam alianças que, ao contrário das coligações, devem ser mantidas após o período eleitoral.
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Comentários (8)
Roberto
2021-08-12 11:30:22Na minha opinião só piorou.
JOEL
2021-08-12 10:27:34Governos populistas seja de direita, esquerda ou centro nao deve interessar a nenhuma nacao pois, sempre acabam em ditaduras e escravizando o povo. No Brasil, embora tenhamos uma democracia, ainda vivemos sob esta casta de poderosos que nos escravizam cada vez mais, pergunto ate quando...
José Antonio Lopes Abelha
2021-08-12 08:27:02Torna-se necessário o fechamento do congresso, ficando todos inelegíveis, inclusive parentes. Oito anos pata depurar, com novo edição da constituição, por juristas notáveis e spuervisão do superior tribunal militar Estende a faxina so STF, ISSO TUDO SEM NENHUM TIRO.
MARCOS
2021-08-12 08:21:22Essa Câmara é uma cambada exercendo o poder, que nós lhes conferimos para nos representar, mas que aprovam tudo que os eleitores não querem, e só exercem esse poder que lhes foi concedido em próprio benefício. É UM CIRCO 🤡 🎪 RINDO DO POVO.
Jose
2021-08-12 07:40:49Nobres parlamenteiros defendendo os seus próprios interesses. Ao invés de coligações não seria melhor uma reforma partidária com partidos organizados por ideologia ao invés desta confusão que está aí? Já sei, já sei, o argumento contrário seria que na plotiniano brasileira não há ideologia, apenas cleptocracia. Ou seja, o objetivo dos políticos é o mesmo: roubar. O que difere é apenas a forma pela qual eles roubam.
Marize
2021-08-12 07:37:15Ooortunistas unidos para continuar roubando o país.... cadê o julgamento deles no supremo? cadê a ficha limpa? enquanto persistir o foro privilegiado e um supremo parceiro... nada muda neste país.
Odete6
2021-08-12 02:49:03É um conjunto de crimes inacreditavelmente espantoso: a essa caterva não ocorre nem por um segundo O QUE INTERESSA AO POVO que eles """representam"""!!!! Nós os pagamos para a defesa dos nossos interesses coletivos e se ocupam apenas e tempo integral, unicamente com seus interesses particulares!!!! A gente sabe disso mas é cada dia mais revoltante o modo como nos utilizam nessa teia miseravelmente sórdida!!!!
Paulo
2021-08-12 00:25:41A Câmara não enterrou NADA. A maioria votou pelo “voto auditável”, vergando-se à vontade popular e convalidando de isso anteriormente tomada a qual está no Senado à espera de movimentação.